‘O Estado não pode falhar’: cofundadora do Instituto Maria da Penha reflete sobre proteção às mulheres

Em entrevista à TV Morena, Conceição de Maria fala sobre as falhas no atendimento a esse público e necessidade de integração entre família, sociedade e Estado para que as mulheres consigam denunciar os casos de violência. Cofundadora do Instituto Maria da Penha avalia papel do Estado na proteção às mulheres
Nesta terça-feira (4), a cofundadora e superintendente do Instituto Maria da Penha, Conceição de Maria, fez uma análise sobre a Lei Maria da Penha, que completará 19 anos em 2025. Ela refletiu sobre a necessidade do amparo às mulheres vítimas de violência, ressaltando a responsabilidade do Estado nesses casos.
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“A mulher não vai denunciar a primeira agressão que ela sofre. Ela suporta muita violência até ela conseguir denunciar, então, a rede primária pode até falhar, os familiares não darem apoio, a rede secundária, os amigos podem até falhar também, mas o Estado não pode falhar”, alerta Conceição em entrevista concedida à TV Morena.
A superintendente reforça, ainda, que além do atendimento psicossocial às mulheres vítimas de violência, é preciso que as equipes tenham capacitações periódicas para evitar a revitimização.
“Para que uma mulher consiga denunciar é necessário o envolvimento de todo o circuito social, então não só o poder público, nem as instituições, não só o acesso à justiça, ou o acesso à segurança pública, ou o acesso à proteção social, mas tudo isso junto”, analisa Conceição de Maria.
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Outras ações como assistência à saúde, educação e participação em programas de autonomia financeira são, também, necessárias para a proteção à mulher, conforme avalia a superintendente.
“Se a polícia chega naquela casa, naquele lar, e está vendo que a pessoa agressora está cometendo uma agressão naquele momento, e não leva a pessoa presa em flagrante e acontece uma coisa pior, uma agressão mais severa, ou até um caso de feminicídio, é uma responsabilidade do Estado”, conclui.
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