Calor intenso acende alerta para cuidados com animais de grande porte no Centro-Oeste de MG


O veterinário, Diego Duarte Varela, dá dicas de como evitar que cavalos e gados tenham desidratação por causa das altas temperaturas. Bovino bebe água
Leandro J. Nascimento/G1
O excesso de calor faz com que as pessoas redobrem os cuidados com a saúde. Contudo, as altas temperaturas no Centro-Oeste de Minas também acenderam um alerta para os riscos de desidratação em animais de grande porte, como gado e cavalos.
Diante disso, o veterinário e professor da Faculdade Una Bom Despacho, Diego Duarte Varela, dá dicas de como minimizar os impactos do calor na saúde desses animais. Veja abaixo.
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Cuidados com os animais
💧A primeira recomendação é garantir sombra e água fresca o tempo todo.
“No pasto, árvores de copa larga são ideais, mas, se não houver muitas disponíveis, o uso de sombrites ou galpões bem ventilados ajuda bastante. O fornecimento de água deve ser abundante, pois os animais precisam se hidratar mais nos dias quentes. Em confinamentos, ventiladores e aspersores de água podem ser usados para resfriamento”, explicou Varela.
Ainda segundo o veterinário, sempre que possível, o manejo dos animais deve ser feito no início da manhã ou no final da tarde, evitando os períodos mais quentes do dia. Além disso, o calor reduz o apetite dos animais, exigindo adaptações na alimentação.
“Em bovinos leiteiros, por exemplo, pode-se aumentar a quantidade de gordura protegida na ração para evitar queda na produção de leite. Nos equinos, é importante oferecer volumosos de boa qualidade, evitando forragens muito secas e fermentáveis, que podem aumentar o risco de cólica.
Mesmo à noite, o calor pode continuar sendo um problema, principalmente se o ambiente for abafado. Em baias e currais, é essencial garantir boa ventilação para evitar acúmulo de calor.
“A água deve estar sempre disponível, pois muitos animais aproveitam o frescor da noite para se hidratar mais. No caso dos bovinos leiteiros, pode ser interessante ajustar a oferta de alimento, fornecendo a maior parte da dieta no final da tarde ou à noite, já que eles costumam comer melhor nesses períodos mais frescos. Também é importante evitar a superlotação, pois muitos animais juntos dificultam a dissipação do calor e aumentam o estresse”, completou.
Como evitar problemas
Conforme o veterinário, o estresse térmico pode afetar a reprodução das vacas, pois aumenta o tempo para que o animal entre no cio e dificulta a fertilidade.
“É interessante ajustar a alimentação, oferecendo concentrados mais energéticos e evitando alimentos que aumentem muito a fermentação no rúmen e, consequentemente, a produção de calor. Além disso, a suplementação com eletrólitos, como sódio, potássio e magnésio, ajuda a manter o equilíbrio hídrico do organismo”.
Assim como os humanos, os cavalos sentem muito o calor, principalmente quando estão sendo montados e fazem esforço físico. Nesses casos, é fundamental garantir que tenham acesso à água antes, durante (em pequenas quantidades) e depois do exercício.
“Outra dica importante é o banho com água fria, jogando a água principalmente no pescoço, peito e patas para ajudar o cavalo a se resfriar. Se o animal demonstrar sinais de exaustão, como respiração muito acelerada por um tempo prolongado, sudorese excessiva ou apatia, deve-se interromper a atividade e procurar um local fresco para ele descansar”, finalizou.
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