Joe Biden discursa na Convenção do Partido Democrata


Em tom de despedida, Biden faz balanço do governo e ataca Donald Trump. Convenção oficializa candidatura de Kamala Harris à Casa Branca. Joe Biden pouco antes do início da Convenção do Partido Democrata, em 19 de agosto de 2024
REUTERS/Craig Hudson
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursa durante o primeiro dia de Convenção do Partido Democrata, nesta segunda-feira (19). O evento acontece em Chicago e irá oficializar Kamala Harris como candidata à Casa Branca.
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Biden foi ovacionado assim que subiu ao palco, com gritos de “te amamos, Joe”. Emocionado, no início do discurso, o presidente agradeceu o carinho e disse que amava os Estados Unidos.
Em seguida, o presidente perguntou aos eleitores se eles estavam prontos para votar pela liberdade. Ele relembrou o ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, e disse que não há lugar para violência política nos Estados Unidos.
“Vocês não podem dizer que amam o país só quando vocês ganham”, disse Biden. “A democracia precisa ser preservada. Vocês me ouviram dizer isso antes, mas estamos em um momento de inflexão.”
Biden afirmou que extremistas e o ódio ganharam voz durante o mandato de Donald Trump. Segundo ele, isso o levou a se candidatar à presidência, em 2020.
Ao longo do discurso, o democrata afirmou que fez um governo para todos os americanos, com foco na garantia da democracia e reconstrução da economia.
A imprensa norte-americano já havia adiantado uma expectativa de que Biden fizesse um discurso em tom de despedida, passando o bastão para a atual vice-presidente. O democrata desistiu de concorrer à reeleição em julho, após ser pressionado por apoiadores.
Antes de Biden subir ao palco, Kamala Harris fez uma aparição surpresa no palco da convenção democrata. Quebrando o protocolo, a candidata deu uma breve declaração e enalteceu Biden.
“Joe, obrigada por sua liderança histórica”, disse. “Somos eternamente gratos a você.”
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O caminho de Biden
Joe Biden anunciou que iria desistir da candidatura à reeleição no dia 21 de julho. Em um comunicado, o presidente disse que iria apoiar a vice-presidente Kamala Harris nas eleições e focar em concluir o mandato.
A desistência de Biden veio após dias de pressões de membros do Partido Democrata, doadores eleitorais e apoiadores.
A idade avançada do presidente já era um dos motivos que preocupava os eleitores. Além disso, quando foi eleito em 2020, Biden afirmou que iria fazer um governo de transição e não iria concorrer à reeleição.
No entanto, o presidente decidiu que tentaria um segundo mandato. Ele participou das primárias do Partido Democrata e venceu.
Crise pós-debate
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A crise na campanha de Biden começou após um debate de TV contra Donald Trump no fim de junho. Naquele dia, o presidente demonstrou dificuldades para concluir raciocínios e aparentou estar abatido.
Apoiadores e opositores colocaram em dúvida as capacidades mentais de Biden. O presidente, por outro lado, justificou que estava com uma gripe forte no dia do debate. Ele afirmou ainda que estava bem de saúde.
Entretanto, nos dias seguintes, Biden cometeu uma série de gafes. Em um mesmo dia, trocou os nomes dos rivais Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, além do de Kamala Harris por Donald Trump.
A imprensa passou a pressionar Biden, e doadores suspenderam o envio de recursos para a campanha. Lideranças do partido tentaram convencer o presidente de que ele não poderia vencer Trump.
Biden cedeu e fez um pronunciamento na TV para justificar a desistência de concorrer à reeleição.
“Eu reverencio este cargo, mas amo mais o meu país.”
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