Novo fungo é descoberto na Antártica

O objetivo é estudar a viabilidade da produção em larga escala Reprodução

Uma pesquisa conjunta entre cientistas brasileiros e americanos identificou um fungo antártico com potencial para a produção de biopesticidas naturais. O fungo foi isolado de sedimentos marinhos profundos e apresenta substâncias bioativas antifúngicas e fitotóxicas, podendo ser uma alternativa aos agroquímicos sintéticos.

De acordo com os pesquisadores, o foco agora é a realização de testes adicionais para avaliar a segurança, estabilidade e eficácia dos compostos extraídos do fungo.

O objetivo é estudar a viabilidade da produção em larga escala e buscar parcerias entre instituições de pesquisa eempresas do setor agrícola.

O estudo faz parte do Proantar (Programa Antártico Brasileiro), que busca alternativas sustentáveis para reduzir a dependência de pesticidas sintéticos.

O programa é financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e conta com apoio logístico da Marinha do Brasil para a coleta de amostras na Antártica.

Segundo os cientistas, esse processo apresenta desafios logísticos devido às condições extremas da região.

Os pesquisadores destacam que a bioprospecção de organismos extremófilos, como o fungo identificado, pode contribuir para o avanço da biotecnologia agrícola.

“A bioprospecção na Antártica nos permite encontrar moléculas bioativas que podem ser usadas no controle de pragas de maneira mais sustentável”, afirmam os cientistas para o site Clima Tempo.

O estudo aponta que o uso excessivo de pesticidas sintéticos tem causado resistência em pragas e impactado o meio ambiente.

Dessa forma, compostos bioativos extraídos de fungos podem oferecer uma opção menos agressiva e mais alinhada à estratégia conhecida como “Saúde Única”, que integra a saúde humana, animal e ambiental.

O próximo passo da pesquisa é ampliar os estudos toxicológicos e ecotoxicológicos para garantir que os compostos possam ser usados de forma segura.

Os cientistas também ressaltam a importância da conservação dos ecossistemas antárticos para futuras descobertas.

“A Antártica ainda é um ambiente pouco explorado, e sua biodiversidade pode conter respostas para desafios globais, como o desenvolvimento de novos bioprodutos”, concluem os pesquisadores.

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