Raquel Lyra se filia ao PSD e vai dirigir partido em Pernambuco substituindo André de Paula


Na cerimônia, o ex-governador João Lyra (PSDB), pai de Raquel, aceitou o convite do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, de também se filiar ao partido. Raquel Lyra se filia ao PSD com a presença do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab
Reprodução/TV Globo
A governadora Raquel Lyra se filiou nesta segunda-feira (10) ao Partido Social Democrático (PSD). A cerimônia contou com a presença do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, e do ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, que deixará o comando do partido em Pernambuco, que agora passará a ser presidido por Raquel Lyra.
“Estou muito feliz hoje de poder estar na nova casa. Agradeço ao partido que me acolheu nesses últimos nove anos, mas dizendo que agora é um novo começo. […] Isso foi muito discutido, mas não era apenas para fazer suspense sobre qual seria meu próximo partido, mas para que a gente pudesse fazer a construção do jeito certo, de maneira madura”, disse a governadora.
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A condução da filiação foi feita por Gilberto Kassab, que no mesmo momento dirigiu o convite de integrar o PSD ao ex-governador do estado e pai de Raquel, João Lyra Neto (PSDB), forte liderança política no interior do estado.
“A governadora assume a presidência estadual do PSD e será muito bem vinda. Quero aqui fazer um pedido de casamento. Quero saber se o João Lyra aceita também se casar com o PSD e se casar com a legenda? Sim ou não?”, disse Kassab.
Ao que João Lyra, respondeu de pronto: “Atendendo ao convite do presidente, digo que sim!”, sendo aplaudido pelos que estavam presentes.
Kassab antecipou a provável candidatura de Raquel Lyra à reeleição ao governo do estado em 2026.
“Mantendo o crescimento que nós estamos vendo, ela caminha para ter, muito possivelmente, uma recondução ao governo de Pernambuco. E escutem, tenho experiência há quase 40 anos de vida pública, […] a Raquel se reelegendo governadora vai trazer muito orgulho para Pernambuco porque, no dia seguinte, Pernambuco vai começar a sonhar com a hipótese de Raquel ser presidente da República”, disse Gilberto Kassab.
Em resposta, a governadora destacou que a filiação à nova legenda não é uma “aliança de ocasião”.
“Não se trata de uma aliança de ocasião, mas uma aliança de propósito, com pessoas que acreditam todos os dias, que trabalham para fazer o nosso país o melhor para a gente viver, com valores inalienáveis e em defesa da democracia, das instituições, de combater e superar a desigualdade”, afirmou Raquel Lyra.
A cerimônia de filiação foi realizada num centro de convenções no bairro de São José, área central do Recife, com a presença de lideranças políticas do estado.
Base do governo Lula
A mudança de Raquel Lyra de partido foi confirmada pelo PSD no final de fevereiro.
A movimentação acompanhou o ingresso da vice-governadora Priscila Krause no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), no último domingo (9). Ela deixou o Cidadania – no qual estava há mais de três anos, e migrou para o agora antigo partido da governadora.
Segundo aliados, a iniciativa faz parte de uma estratégia da governadora para compor a base do governo Lula (PT) e, ao mesmo tempo, manter o controle sobre a legenda tucana, da qual Raquel fazia parte desde 2016, quando se elegeu prefeita de Caruaru, no Agreste, pela primeira vez.
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Em publicação postada no Instagram, o diretório pernambucano do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB) disse que Priscila Krause “escolheu se juntar ao time tucano para somar com o partido” e “reforçar o projeto de apoio à governadora Raquel Lyra”.
Cálculo político
De acordo com um assessor da governadora ouvido pelo g1 em anonimato, parte dos prefeitos da base de apoio da governadora já está no PSD e outra parcela significativa está no PSDB.
Deste modo, a troca de legendas políticas de Raquel e Priscila seria essencial para “manter o controle do partido [PSDB]”, sem abrir mão de ingressar oficialmente na base do presidente Lula (PT).
Além de ter sido o partido que elegeu o maior número de prefeituras Brasil afora em 2024 (878 ao todo), o PSD tem hoje 44 deputados federais, 14 senadores e três governadores.
Já o PSDB elegeu 32 prefeitos em Pernambuco em 2024 e se tornou a legenda com o maior número de prefeituras no estado.
Em relação ao ingresso na base de Lula, apoiadores de Raquel Lyra apontaram ao g1 que, embora a mudança não seja uma garantia de apoio no pleito de 2026, abre margem ao menos para uma possível neutralidade, evitando a possibilidade de o presidente subir apenas no palanque de João Campos (PSB) numa eventual candidatura do prefeito do Recife ao Palácio do Campo das Princesas no ano que vem.
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