Rússia ataca Ucrânia horas após Zelensky aceitar cessar-fogo

Um ataque russo com mísseis balísticos feito no fim da noite desta terça-feira (11), pelo horário local, contra o porto de Odessa (no sul da Ucrânia) matou quatro pessoas e provocou danos em um cargueiro com bandeira de Barbados, informaram as autoridades de Kiev. As informações foram obtidas por agências de notícias internacionais.

“Lamentavelmente, quatro pessoas morreram, todas cidadãs da Síria. No momento do ataque, o navio estava carregando trigo que seria exportado para a Argélia. É um navio totalmente civil”, declarou Oleksiy Kuleba, vice-primeiro-ministro ucraniano e ministro da Reconstrução, nas redes sociais.

O ataque aconteceu depois que a Ucrânia anunciou apoio a uma proposta feita pelos EUA de cessar-fogo de 30 dias. O país concordou em iniciar negociações imediatas com a Rússia. Moscou ainda não aceitou o acordo.

Ataques com mísseis e drones

“A Rússia está atacando as infraestruturas da Ucrânia, incluindo os portos que participam na garantia da segurança alimentar do mundo”, disse Kuleba nas redes sociais. Segundo ele, a vítima mais jovem tinha 18 anos, a mais velha 24; outras duas pessoas ficaram feridas, um ucraniano e um sírio.

O governador da região de Dnipropetrovsk disse que uma mulher de 47 anos morreu durante um ataque russo com mísseis contra Kryvyi Rih, cidade natal do presidente Volodimir Zelensky.

A Força Aérea ucraniana declarou que a Rússia lançou três mísseis contra o país durante a noite, além de 133 drones de diversos tipos.  As unidades de defesa antiaérea derrubaram 98 drones, segundo o governo.

A capital Kiev foi atingida

A Rússia também lançou um ataque aéreo noturno em Kiev na madrugada de quarta-feira (12), noite de terça-feira (11) no horário de Brasília, disse Vitali Klitschko, prefeito da capital ucraniana. Segundo ele, baterias antiaéreas foram acionadas para conter o bombardeio.

Os dois ataques aconteceram poucas horas após a Ucrânia aceitar a tentativa de acordo mediada pelos EUA. Para que a proposta entre em vigor, ela precisa ser aprovada pela Rússia e formalmente assinada pelas partes envolvidas.

Durante a reunião entre representantes diplomáticos americanos e ucranianos na Arábia Saudita, na terça (11), os Estados Unidos anunciaram que retomarão o compartilhamento de informações de inteligência e assistência de segurança à Ucrânia.