Custo de vida dispara: Florianópolis tem a maior inflação do país e café sobe quase 65%

A inflação em Florianópolis é a maior do Brasil, em comparação com outras 16 capitais brasileiras, superior, inclusive, à média nacional nos últimos 12 meses. Nesse período, o acumulado na capital catarinense ficou em 6,66%, enquanto a inflação nacional ficou na casa de 5,06%. O café em pó, o filé mignon e o azeite de oliva foram alguns dos responsáveis pelos indicadores.

Foto de azeite de oliva para ilustrar aumento da inflação em Florianópolis

Inflação em Florianópolis foi puxada por itens como o azeite de oliva, que subiu 28,6% nos últimos 12 meses – Foto: Pixabay/ND

A inflação em Florianópolis é medida pelo Índice de Custo de Vida (ICV), desenvolvido pela Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina). O ICV é calculado mensalmente pelo Esag (Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas) da Udesc, com apoio da Fesag (Fundação Esag).

Inflação em Florianópolis é a maior do país, aponta estudo

Conforme o levantamento do Esag, o café foi o vilão da inflação em Florianópolis, com a maior variação de preço nos últimos 12 meses. Na versão em pó, ou aumento foi de 64,7% entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025. No caso do café solúvel, o preço aumentou 57,8%.

Entre os alimentos que mais subiram, também estão o filé mignon, com alta de 32,8%, e o azeite de oliva, que subiu 28,6%. Todos tiveram a produção afetada nos últimos meses por conta de problemas climáticos, o que impacta na inflação em Florianópolis.

Entre os 10 itens pesquisados que mais subiram nos últimos 12 meses, estão pedras usadas em reparos e construção (55,4%), amoníaco para limpeza (45,4%), uniforme escolar (31,5%), remédios analgésicos e antitérmicos (28,4%), carne do tipo patinho (27,1%) e móveis infantis (26,3%).

Entre os nove grupos de preços pesquisado pelo Esag/ Udesc, para contabilizar a inflação em Florianópolis, a maior variação dos últimos 12 meses foi a dos transportes, com elevação de 9,90%. Depois aparecem os conjuntos de despesas pessoais (8,39%), alimentação e bebidas (8,07%), e educação (7,05%).

Balcão de carnes em açougue

Filé mingnon subiu 32,8% na capital catarinense, nos últimos 12 meses – Foto: Federico Arnaboldi/ND

O índice acumulado dos últimos 12 meses oferece melhor comparação das variações de preços entre as cidades do que a inflação mensal. Os dados de 12 meses evitam distorções provocadas por aumentos que acontecem apenas em determinadas épocas do ano, mas não ao mesmo tempo em todas as regiões, como as tarifas de energia, por exemplo.

Veja ranking entre as capitais brasileiras:

  1. Florianópolis (SC) – 6,66%
  2. Belo Horizonte (MG) – 5,76%
  3. São Luís (MA) – 5,67%
  4. Brasília (DF) – 5,54%
  5. Campo Grande (MS) – 5,45%
  6. Salvador (BA) – 5,35%
  7. Goiânia (GO) – 5,29%
  8. Aracaju (SE) – 5,24%
  9. São Paulo (SP) – 5,16%
  10. Grande Vitória (ES) – 5,07%
  11. Belém (PA) – 5,01%
  12. Rio de Janeiro (RJ) – 4,83%
  13. Rio Branco (AC) – 4,74%
  14. Curitiba (PR) – 4,66%
  15. Recife (PE) – 4,51%
  16. Fortaleza (CE) – 4,51%
  17. Porto Alegre (RS) – 4,19%
  • Inflação acumulada no Brasil – 5,06%
Pessoa escolhendo café em pó

Os preços do café em pó subiram 64,7% em Florianópolis – Foto: Beatriz Rohde/ND

Inflação sobe 1,31% no país em fevereiro

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou no mês de fevereiro uma variação de 1,31%, sendo um avanço de 0,16% quando comparado a janeiro. Com isso, foi o maior resultado do mês de fevereiro desde 2003, quando o índice alcançou 1,57%.

A alta na inflação de fevereiro foi influenciada especialmente pelo aumento de 16,80% na energia elétrica residencial, que exerceu um impacto de 0,56% no índice. A informação foi divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nessa quarta-feira (12). No ano, o IPCA acumula alta de 1,47% e nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,06%.

A principal elevação registrada, entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, foi no conjunto da Educação, com 4,70%. Segundo o IBGE, a maior contribuição foi referente aos cursos regulares praticados no início do ano letivo. Já a segunda maior variação foi a Habitação, que engloba a energia elétrica residencial.

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