Polícia investiga servidores de GO por estelionato e falsificação

Operação Le GrandeReprodução/Polícia Civil GO

A Polícia Civil deflagrou, nesta sexta-feira (14), a Operação Le Grand para investigar um esquema de fraude no registro de ponto de servidores da Prefeitura de Goiânia. Seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos na capital goiana, com o objetivo de coletar provas sobre crimes de falsidade ideológica e estelionato majorado.

As investigações apontam que pelo menos seis servidores municipais manipulavam o sistema de ponto eletrônico, permitindo que colegas registrassem suas presenças sem que estivessem fisicamente no local de trabalho. O delegado Rômulo Figueredo Mattos, da 12ª Delegacia de Goiânia, explicou a dinâmica da fraude ao Portal iG.

“Através do aplicativo WhatsApp, eles utilizavam um código, e assim outro colega que estava presente no local de trabalho batia o ponto, fazendo com que o ausente não tivesse a necessidade de ir trabalhar”.

A Polícia Civil deflagrou nesta sexta-feira (14/03) a Operação Le GrandReprodução/Polícia Civil GO

O esquema foi descoberto durante uma outra investigação, que revelou uma associação criminosa especializada na falsificação de documentos e venda ilegal de imóveis pertencentes a terceiros. “Identificamos que um servidor público da prefeitura auxiliava o esquema criminoso, vendendo facilidades dentro da administração municipal”, afirmou Mattos.

Em novembro do ano passado, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca na prefeitura e na residência do servidor suspeito. A análise do material apreendido, especialmente de um aparelho celular, revelou trocas de mensagens que indicam a participação de pelo menos 11 servidores na fraude do ponto eletrônico.

O delegado destacou que as conversas sugerem diferentes níveis de envolvimento: “Nos transparece que há pessoas que apenas se atrasam, outras que estão efetivamente ausentes do trabalho e, ainda, a suspeita de servidores fantasmas”.

Segundo Mattos, os investigados chegaram a montar um sistema de gerenciamento do ponto de terceiros, onde servidores que compareciam ao trabalho eram responsáveis por registrar a presença dos ausentes. “Há trocas de mensagens em que eles avisam uns aos outros sobre a necessidade ou não de bater o ponto, justificando folgas ou férias”, detalhou.

A Polícia Civil agora busca aprofundar as investigações para identificar se outros servidores estão envolvidos no esquema e qual a extensão do prejuízo aos cofres públicos.

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