Estudo da Ufopa analisa floração de cianobactérias no rio Tapajós e alerta para riscos à saúde


Amostras de água foram coletadas e analisadas por professores, técnicos e alunos dos laboratórios da Ufopa, situados nos campi de Oriximiná e Santarém. Praia de Alter do Chão com água esverdeada por cianobactérias
Pedro Mendes
Em Santarém, oeste do Pará, um relatório técnico divulgado pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) trouxe detalhes sobre a presença de toxinas em praias da margem direita do rio Tapajós. A pesquisa analisou uma floração de cianobactérias registrada em janeiro deste ano nas praias de Ponta de Pedras e Alter do Chão em Santarém, e Pindobal, em Belterra. A investigação buscou entender os impactos ambientais e os riscos à saúde pública.
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A pesquisa reforça a necessidade de um monitoramento contínuo da qualidade da água. Eventos como o ocorrido em janeiro podem ser agravados por fatores como aumento da temperatura e despejo de esgoto sem tratamento nos rios.
“Os resultados obtidos oferecem informações essenciais para estratégias de gestão ambiental, ajudando a prevenir contaminações e reduzir impactos à saúde da população local e dos turistas que visitam o rio Tapajós”, explicou Mayerly Alexandra Guerrero Moreno, doutoranda do programa de pós-graduação da Ufopa.
Os testes mostraram que a floração foi composta, principalmente, por cianobactérias das ordens Chroococcales e Nostocales. Apesar de os níveis de toxinas detectados estarem abaixo do limite recomendado para águas recreacionais pela Organização Mundial da Saúde (OMS), eles ultrapassam o nível permitido para consumo humano.
As cianobactérias são microrganismos que podem se multiplicar rapidamente na água, formando manchas esverdeadas. Em alguns casos, elas produzem toxinas prejudiciais à saúde, conhecidas como microcistinas. O contato com essa água pode causar irritações na pele, problemas gastrointestinais e, em casos graves, afetar o fígado.
Isso significa que, embora a água possa não apresentar risco imediato para banho, o uso para consumo pelas comunidades ribeirinhas pode ser perigoso. “Esses valores indicam potenciais riscos para quem utiliza a água para beber, cozinhar e em atividades domésticas”, destaca o relatório.
O estudo sugere que autoridades ambientais e comunidades trabalhem juntas para evitar que novas florações causem danos mais severos. Entre as ações recomendadas, estão o tratamento adequado de esgoto, educação ambiental e o incentivo ao uso consciente da água.
Com esse alerta, espera-se que medidas sejam adotadas para garantir a qualidade da água e proteger tanto o meio ambiente quanto as populações que dependem do rio Tapajós.
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