Quem é o missionário que combate ‘ordem satânica’ e pode assumir vaga de Eduardo Bolsonaro

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou na terça-feira (18) que vai pedir licença do mandato na Câmara dos Deputados para morar nos Estados Unidos. Caso o afastamento ultrapasse 120 dias, o suplente do partido, missionário José Olímpio, assume o cargo.

Caso a licença de Eduardo Bolsonaro ultrapasse 120 dias, o missionário José Olímpio vai assumir o cargo – Foto: Diógenis dos Santos/Agência Câmara/ND

Olímpio é o segundo candidato mais bem colocado do PL que não foi eleito como deputado em São Paulo. O primeiro, Adilson Barroso, já está em exercício no lugar de Guilherme Derrite, que assumiu o cargo de secretário de Segurança de São Paulo.

O regimento interno da Câmara prevê que o deputado pode solicitar licença para desempenhar missão temporária de caráter diplomático ou cultural, tratamento de saúde ou, em casos como o de Eduardo Bolsonaro, tratar de interesse particular, sem remuneração.

Quem é o missionário José Olímpio?

Ligado à Igreja Mundial do Poder de Deus, José Olímpio foi deputado federal por São Paulo em dois mandatos, entre 2011 e 2019. Além disso, foi vereador em Itu e São Paulo e passou pelo MDB, PP, PPB, DEM e União Brasil antes de se filiar ao PL.

Missionário José Olímpio participou ativamente da campanha de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 – Foto: Divulgação/ND

Olímpio participou ativamente da campanha de Bolsonaro durante as eleições de 2022. Na época, chegou a divulgar um vídeo com a imagem de Bolsonaro contra o aborto e defendeu que “desrespeitar a vida é desrespeitar a Deus”.

Durante o primeiro mandato como deputado federal, em 2014, José Olímpio apresentou um projeto de lei para “proibir o implante de chips e outros dispositivos eletrônicos em seres humanos”. Na justificativa do projeto, o parlamentar argumentou que a medida visava impedir que uma “nova ordem satânica” fosse implantada.

Eduardo Bolsonaro diz que irá se licenciar sem remuneração

Em publicação nas redes sociais, Eduardo diz ser alvo de perseguição, critica o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e chama a Polícia Federal de “Gestapo”, polícia secreta da Alemanha nazista.

Eduardo Bolsonaro decidiu tirar licença de mandato para pressionar governo americano – Foto: @EDUARDOBOLSONAROSP/EDUARDO BOLSONARO/YouTube

“Irei me licenciar sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar sanções aos violadores de direitos humanos. Aqui, poderei focar em buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e a sua Gestapo da Polícia Federal merecem”, disse.

Em resposta, o deputado Rogério Correia (PT) pediu ao STF que impeça a saída de Jair Bolsonaro (PL) do país, alegando que o anúncio visa proteger a família do ex-presidente.

Eduardo Bolsonaro busca pressionar o governo dos EUA a adotar sanções contra o Brasil, realizando encontros com parlamentares americanos. Ele defende que os Estados Unidos devem intervir na política nacional.