Outono começa amanhã; veja o que esperar da estação de transição

Folhas características do outono em Gramado (RS)Reprodução/Embratur

O outono de 2025 começa às 6h01 desta quinta-feira (20) no Hemisfério Sul, com o equinócio — quando o sol cruza a Linha do Equador em sua órbita aparente. É a estação de transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco, principalmente no Brasil Central. Neste ano, a estação deve ser marcada por calor, com episódios de chuva em certas localidades.

Maria Clara Sassaki, especialista em meteorologia e porta-voz da Tempo OK, conta, em entrevista ao Portal iG, que, durante esse período, as chuvas se tornam mais escassas no interior do país, especialmente no semiárido nordestino — área que engloba desde o norte de Minas Gerais até o leste do Maranhão, incluindo os outros estados do Nordeste.

Por se tratar de uma estação de transição, ondas de calor mais intensas podem ocorrer, e eventos de chuva extrema podem se tornar mais frequentes, devido à energia da atmosfera estar mais elevada. Ela ressalta ainda que, por isso, é possível que características do verão ainda sejam percebidas, principalmente na primeira metade do outono, e características do inverno também podem aparecer, principalmente na segunda metade.

Vai chover?

No começo do outono, as precipitações ainda serão influenciadas pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) no Norte e Nordeste durante abril, explica Sassaki, mas devem diminuem gradualmente ao longo da estação.

“No Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas tornam-se mais irregulares, com redução dos volumes acumulados à medida que o inverno se aproxima. No Sul, os sistemas frontais seguem trazendo chuvas moderadas, intercaladas com períodos de estiagem mais frequentes”, aponta a especialista.

No Sul, os sistemas frontais seguem trazendo chuvas moderadas, intercaladas com períodos de estiagem mais frequentes.

Neste ano, o outono não terá influência dos fenômenos El Niño ou La Niña, no Oceano Pacífico, portanto a tendência é de redução gradual das chuvas no interior do Brasil, concentrando os maiores volumes nos extremos do país. 

“No Sudeste e Centro-Oeste, as precipitações diminuem até o início do inverno, com frentes frias avançando rapidamente pelo Sul, mas se tornando costeiras ao chegar ao Sudeste, reduzindo a formação de instabilidades no interior. Assim, São Paulo, Minas Gerais e o Centro- Oeste devem ter chuvas abaixo da média. O mesmo ocorre no interior do Nordeste e no sul da região Norte”, explica a metereologista.

Já nos extremos do país, como Amapá, Paraná, Maranhão, Piauí, Ceará, haverá concentração de chuvas, principalmente em abril. Entre maio e junho, a costa leste do Nordeste deve ter aumento das chuvas devido à influência oceânica. No Sul do Brasil, as frentes frias trarão chuva e temporais, mas sem volumes expressivos, exceto em junho, quando a precipitação pode se intensificar. Santa Catarina e Paraná devem registrar chuvas dentro ou ligeiramente acima da média.

Vai esfriar?

Durante a estação, as temperaturas começam a cair gradualmente, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e Nordeste, a queda térmica é menos intensa, mas pode haver uma leve redução no calor.

Segundo Sassaki, no momento, não há previsão de onda de calor, porém não é possível descartar a possibilidade que elas voltem a assolar o país nos próximos meses, especialmente nos períodos com falta de chuva ou nas passagens de frentes frias.

“As frentes frias devem avançar pelo Sul do país, aumentando as instabilidades principalmente entre Paraná e Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, no entanto, essas frentes devem passar rapidamente, resultando em volumes de chuva abaixo da média”, comenta.

Veja a previsão da especialista para as regiões do país:

Toda troca de estação acontece de forma gradual, já que o dia estabelecido para o solstício ou equinócio é uma data astronômica. A sazonalidade das estações meteorológicas acontece dia após dia. Então é aos poucos que os efeitos da nova estação começam a ser percebidos. No Sul, as primeiras geadas já começaram a ocorrer, nos pontos mais altos da serra catarinense.

Sul – As frentes frias começam a se tornar mais frequentes, aumentando as instabilidades principalmente no Paraná e em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, as frentes podem passar rapidamente, reduzindo o volume de chuva.

Norte – A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) segue ativa, intensificando as chuvas, especialmente no extremo norte da região. Nordeste (litoral leste) – Os Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL’s) favorecem chuvas mais frequentes na costa leste da região a partir de maio. Costa norte com chuvas recorrentes durante o mês de abril.

Centro-Oeste e Sudeste – Essas regiões começam a registrar uma redução gradual das chuvas, dando início ao período seco, mas ainda podem enfrentar episódios pancadas isoladas, que podem ser fortes, especialmente no mês de abril, e variações significativas nas temperaturas.

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