Outono mais seco: Piracicaba inicia estação com vazão dos rios que abastecem cidade abaixo da média


Rio Corumbataí, responsável por mais de 80% do abastecimento de Piracicaba (SP), tinha volume de 11,4 mil litros de água por segundo. Outono chegou! Confira como ficará o clima de Campinas e região nesta quinta-feira
🏞️No primeiro dia do Outono, que começou às 6h desta quinta-feira (20), a vazão do Rio Corumbataí, responsável por mais de 80% do abastecimento de Piracicaba (SP), é de 11,4 mil litros de água por segundo (m3/s) nesta quinta-feira. A marca é 61% menor do que o volume médio esperado para o reservatório, que é de 30 m3/s.
Rio Piracicaba
O Rio Piracicaba registrou vazão 35% menor do que média esperada para março. O manancial é responsável por cerca de 20% do abastecimento de Piracicaba, tinha 101 mil litros de água por segundo (m3/s) no início da manhã.
📉A vazão esperada para data é de 156,4 m³/s, apontam dados mais atualizados do Consórcio das Bacias PCJ, a partir de dados do SP Águas.
Nível e vazão do Rio Piracicaba ficam abaixo da média para março e manancial tem pedras aparentes no leito
Claudia Assencio/g1
🌅O nível do Rio Piracicaba era de 1,95 nesta quinta-feira, profundidade 15% abaixo da expectativa para o período. Na última terça-feira, o nível era ainda mais baixo, com 1,47 metro. A marca é 36% menor do que a média histórica para março, de 2,31 metros de profundidade.
Na última terça-feira (18), o Rio Piracicaba tinha volume quase 65% abaixo da média para março. O manancial marcava 54,8 mil litros de água de água por segundo (m³/s) na estação de captação na região da Rua do Porto, em Piracicaba (SP).
🌦️O volume de chuvas acumulado nos 20 primeiros dias de março no leito do Rio Piracicaba era de 6,25 milímetros na região da Rua do Porto em Piracicaba. A marca representa apenas 5 % da média esperada para março, que é de 125,5 milímetros de precipitação naquele ponto de medição, segundo dados do Consórcio das Bacias PCJ.
Sem chuvas, Rio Piracicaba tem vazão 70% menor que média histórica de março, aponta PCJ
Claudia Assencio/g1
Verão mais seco
No último dia do Verão, Piracicaba (SP) registrou apenas três dias de chuvas entre os dias 1 a 19 de março. A cidade somou 27,2 milímetros de precipitação em 2025. O total não alcança 20% da média histórica esperada para o mês, segundo medições do Posto Meteorológico da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq-USP), na cidade, que é de 140,9 milímetros.
🌦️O total registrado na cidade, atualmente, representa 19,3% do volume esperado para o período. Os primeiros 9,7 milímetros de chuvas de março foram registrados no dia 11 de março.
Nesta última terça-feira (16), Piracicaba teve 1,5 milímetro de precipitação e, nesta segunda (17), a cidade somou 15,5 milímetros de chuvas. Entre a noite do dia 18 de março e a manhã desta quarta-feira (19), foi registrado mais 0,5 milímetro.
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De acordo com dados do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (Ciiagro), Piracicaba registrou 280 milímetros de chuvas em todos os meses do Verão, entre dezembro de 2025 a 19 de março de 2025. A marca representa 43% da média esperada para a estação.
📉Menor vazão do ano
No último dia 5 de março, o volume do manancial era de 45,9 mil litros de água de água por segundo (m³/s) na estação de captação na região da Rua do Porto, em Piracicaba, às 7h. Mas, na mesma data às 23h30, o manancial registrou a menor vazão desde o inicio do ano, com 43,47 m³/s, que é 72% menor que a expectativa para março, segundo técnicos do PCJ.
“A título de comparação, entre os dias 14 e 15 de fevereiro de 2025, o Rio Piracicaba, em Piracicaba, também registrou baixas vazões, na ordem de aproximadamente 48,77 m³/s, bem próximas das registradas agora, em março. Isso indica, que mesmo estando em período de chuvas, quando as precipitações não ocorrem de forma regular, a tendência é de queda da vazão dos mananciais”, analisam os técnicos.
Depois de bater recorde de menor temperatura do ano, Piracicaba tem alerta para onda de calor
Claudia Assencio/g1
🌦️Sem chuvas
Não foi registrado nenhum milímetro de chuva no leito do Rio Piracicaba nos 11 primeiros dias de março de 2025.
O período das chuvas para as Bacias PCJ geralmente se estende até final de março e inicio de abril.
“Apesar da constatação de vazão dos rios em geral abaixo da média, para os principais pontos de monitoramento das Bacia PCJ, os registros de vazão dos rios ainda estão acima dos limites de vazão considerados críticos para abastecimento. Assim sendo, nesse período a tendência é de recuperação e manutenção dos volumes e níveis de reservatórios, com menor incidência de problemas relacionados ao abastecimento”, aponta o setor técnico.
“Mesmo o cenário não sendo tão crítico, obviamente o registro de temperaturas mais elevadas e tempo seco acarretam maior consumo de água pela população, fato que evidencia a necessidade da conscientização para o uso racional da água”, conclui.
Temperaturas acima da média 🌡️
Em meio à onda de calor, Piracicaba (SP) iniciou março de 2025 com temperaturas médias de 26,9ºC, dois graus e meio acima da média histórica para este período do ano, conforme apontam as medições do Posto Meteorológico “Jesus Marden do Santos” da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (LEB-Esalq), no campus da USP na cidade. A temperatura média prevista para o mês é de 24,3ºC.
Com 33,8 ºC, Piracicaba (SP) registrou a terceira maior temperatura máxima do início de março desde 1917, quando começaram as medições no posto da Esalq.
Mudança climática e combustíveis fósseis
Ao g1, o professor e pesquisador Fábio Marin, do LEB-Esalq afirma que a tendência de registrar temperaturas mais altas a cada novo ano é resultado das mudanças climáticas, impulsionadas pelo uso de combustíveis fósseis.
“A economia depende, majoritariamente, de carvão e petróleo. O consumo desses combustíveis só aumenta anualmente. Apesar dessas discursões [sobre as mudanças climáticas], o mundo é ‘viciado’ em petróleo. Então, teríamos que arrumar um jeito de emitir menos CO2 [dióxido de carbono] na atmosfera. Mas isso, hoje em dia, implica em reduzir empregos e diminuir a economia, situações que nem a sociedade e nem políticos topam em encarar”, afirma o pesquisador Fábio Marin.
Professor Fábio Marin da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo em Piracicaba
Reprodução/Boletim Tempo Campo/Esalq
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