Comércio do DF inicia 2025 com crescimento nas vendas, mas inadimplência preocupa

Comércio do DF inicia 2025 com crescimento nas vendas, mas inadimplência preocupaCaio Barbieri

As vendas do comércio no Distrito Federal iniciaram 2025 em alta, com crescimento de 6,3% em janeiro na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O varejo ampliado, que inclui segmentos como veículos e materiais de construção, também registrou avanço de 5,4% na mesma base de comparação.

No entanto, apesar do resultado positivo na análise anual, o setor apresentou retração de 1,2% em relação a dezembro de 2024. A evolução das vendas nos próximos meses dependerá do cenário macroeconômico, impactado por juros elevados e inflação persistente.

Os dados foram publicados compilados e divulgados, nesta sexta-feira (21), dentro do Panorama do Comércio, publicação mensal da Câmara de Dirigentes Lojistas do DF.

O crescimento das vendas é um sinal positivo de que o comércio está se recuperando, mas a alta inadimplência preocupa, pois pode comprometer o consumo nos próximos meses. Precisamos de políticas que equilibrem o cenário macroeconômico e incentivem o poder de compra da população”, avalia Eduardo Rodrigues, presidente da CDL-DF.

Entre os segmentos do comércio varejista, “Móveis e eletrodomésticos” lideraram o crescimento em janeiro, com aumento expressivo de 29,8% em relação a janeiro de 2024. O setor de “Atacadista de alimentação e bebidas” também registrou alta significativa de 14,2%, seguido por “Artigos médicos e farmacêuticos” (9,6%) e “Combustíveis e lubrificantes” (6,8%).

Por outro lado, alguns setores enfrentaram recuo, como “Livros, jornais, revistas e papelaria” (-11,3%) e “Materiais para escritório” (-36,7%).

Enquanto o comércio mostrou avanço, o setor de serviços apresentou retração de 2,6% na comparação entre janeiro de 2025 e janeiro de 2024, contrastando com o crescimento de 1,6% no Brasil. Os “Serviços administrativos” foram o destaque positivo, com crescimento de 3,1%, enquanto “Serviços prestados às famílias” e “Transporte” tiveram recuos de 14% e 5,4%, respectivamente.

O desempenho do setor de serviços seguirá condicionado ao ambiente econômico, especialmente diante da pressão inflacionária e da taxa de juros elevada.

O mercado de trabalho no DF iniciou 2025 com saldo positivo na geração de empregos. Em janeiro, foram criadas 7.485 vagas formais, puxadas pelo setor de serviços, que adicionou 7.730 postos. No entanto, o comércio apresentou saldo negativo, com 10.011 desligamentos superando as 9.590 admissões.

A taxa de desemprego no DF foi estimada em 9,2% no quarto trimestre de 2024, com cerca de 160 mil desempregados. O número segue acima da média nacional de 6,2%. Já a renda média real dos trabalhadores na capital federal foi de R$ 5.420, a maior entre todas as unidades da federação.

No entanto, um dos principais pontos de preocupação para 2025 é a inadimplência. Em fevereiro, o DF registrou um aumento de 9,7% no número de consumidores negativados em relação ao mesmo mês do ano anterior, crescimento bem acima da média nacional. Esse avanço pode impactar o consumo ao longo do ano, uma vez que restrições de crédito dificultam novas compras e financiamentos.

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