Mulher que teve couro cabeludo e dentes arrancados diz ter sofrido tentativa de feminicídio por ciúmes


Motivação do crime foi confirmada pela delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Guarujá (SP) a partir do relato da vítima. O suspeito foi detido na última sexta-feira (21). Mulher teve o corpo queimado com água quente e couro cabeludo arrancado com faca pelo companheiro em Guarujá (SP)
Redes Sociais e Arquivo Pessoal
A mulher, de 41 anos, que teve o corpo queimado com água quente e parte do couro cabeludo arrancado com uma faca pelo companheiro, de 37, afirmou à Polícia Civil que as agressões aconteceram durante uma discussão por ciúmes em Guarujá, no litoral de São Paulo. O suspeito foi preso na última sexta-feira (21), em Araçatuba (SP).
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A vítima está internada há duas semanas em um hospital da cidade. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso de violência doméstica e tentativa de feminicídio é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) por meio de um inquérito policial.
A delegada da DDM, Edna Pacheco Fernandes Garcia, explicou que a vítima foi ouvida por áudio e vídeo dentro do hospital. “Ela relatou que houve uma discussão por conta de ciúmes, que eles têm seis filhos menores impúberes, e que por conta dessa discussão por ciúmes, ela foi agredida brutalmente”.
Como a mulher estava fragilizada e sob efeito de remédios, o foco inicial das investigações foi entender como se deram as lesões, ainda segundo Edna. Por este motivo, os detalhes da discussão que resultaram nas agressões devem ser investigados posteriormente.
“O que nós, inicialmente, fizemos foi resguardar e salvaguardar para que ela pudesse ter as medidas protetivas e ficar melhor protegida. Assim, ele não pode se aproximar dela no hospital”, disse a delegada. “Nós estamos esperando que ela se restabeleça um pouco mais para que nós possamos voltar a conversar com a [nome da vítima] para que ela possa nos dar maior elementos”.
Imagens fortes
g1
Mulher teve o corpo queimado com água quente e couro cabeludo arrancado com faca pelo companheiro em Guarujá, SP
Redes Sociais
Agressões
A vítima tem um relacionamento de 16 anos com o agressor. Durante este período, ela registrou diversos boletins de ocorrência contra ele, mas pediu a revogação das medidas protetivas após elas serem concedidas pela Justiça.
A delegada Edna afirmou que o homem agrediu a mulher brutalmente com socos pelo corpo e pauladas na cabeça, além de ter tirado o couro cabeludo dela com uma faca. De acordo com o boletim de ocorrência, o companheiro também ateou fogo na vítima.
Uma testemunha, que preferiu não ser identificada, afirmou que a mulher já teve os dentes arrancados com um alicate pelo homem e era mantida por ele em cárcere privado. A delegada afirmou ao g1 que ainda não teve conhecimento sobre essas informações.
Ferimentos de agressões anteriores sofridas pela mulher em Guarujá, SP
Arquivo Pessoal
Socorro
De acordo com a testemunha, a vítima tem dez filhos, sendo que seis são frutos do relacionamento com o autor das agressões. “Ela ficava trancada no quarto. O filhinho dela, de cinco anos, abriu a porta e mandou ela fugir”, afirmou.
A Polícia Militar foi acionada por uma enfermeira de um hospital para uma ocorrência de violência doméstica no último dia 9. Ao chegar no local, a vítima relatou aos agentes que foi agredida pelo companheiro dois dias antes e procurou atendimento médico por meios próprios.
Segundo o BO, a mulher estava com queimaduras na cabeça, tórax, braços e ombros, além de hematomas e cortes pelo corpo. Em nota, o hospital informou que a vítima também apresentava fraturas no fêmur direito e no braço esquerdo, além de um ferimento no crânio com exposição óssea.
Testemunha diz que vítima de tentativa de feminicídio ficava em cárcere privado em Guarujá, SP
Arquivo Pessoal
A unidade de saúde acrescentou que ela não precisou passar por cirurgia e foi internada em leito de enfermaria, onde permaneceu orientada e com o quadro de saúde estável. O hospital destacou que a mulher está sendo assistida pela equipe médica e também do serviço psicossocial.
Conselho Tutelar
Também por meio de nota, a Prefeitura de Guarujá informou que só tomou conhecimento da tentativa de feminicídio após uma denúncia anônima feita na Patrulha Maria da Penha, da Guarda Civil Municipal (GCM), no último dia 14. Desde então, os guardas acompanham a paciente no hospital.
Ainda de acordo com a administração municipal, o Conselho Tutelar e a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania também acompanham o caso. As pastas constataram que os filhos menores de 12 anos estão sob guarda de familiares.
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