Operação que prendeu servidores por desvio de verbas públicas sequestra R$ 4 milhões em imóveis e carros de luxo em MT


Ação revelou que os recursos desviados foram ocultados em nome de terceiros, por meio da aquisição de bens e empresas de fachada. Recursos desviados foram ocultados em nome de terceiros, por meio da aquisição de bens e empresas de fachada
Polícia Civil de Mato Grosso
Cerca de R$ 4 milhões em bens, incluindo imóveis e veículos de luxo, foram sequestrados durante o cumprimento da segunda fase da Operação Improbos, deflagrada pela Polícia Civil, nesta sexta-feira (21), em São Félix do Araguaia, a 1.159 km de Cuiabá. A ação é um desdobramento da investigação que levou à prisão de quatro servidores públicos suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio de verbas e corrupção na prefeitura municipal.
De acordo com informações da polícia, essa fase da operação revelou que os recursos desviados foram ocultados em nome de terceiros, por meio da aquisição de bens e empresas de fachada.
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Além disso, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, nas cidades de São Félix do Araguaia, Confresa e Barra do Garças. Segundo o delegado responsável pela operação, Ivan Albuquerque, a operação representa um avanço na recuperação do patrimônio público e responsabilização dos envolvidos.
As investigações apontaram que a primeira fase da Operação Improbos, deflagrada em outubro do ano passado, identificou movimentações ilícitas que ultrapassam R$ 6 milhões em desvios de recursos públicos.
Diante das provas reunidas, o delegado Ivan solicitou medidas judiciais, como sequestro de bens, bloqueio de contas bancárias, mandados de busca e apreensão e quebra de sigilos bancário e telefônico. Os pedidos foram acatados pelo Poder Judiciário da Comarca.
Segundo as investigações, parte dos valores desviados teria sido usada na compra de propriedades rurais, imóveis urbanos, veículos de luxo e outros bens, registrados em nome de terceiros para ocultar a origem ilícita do patrimônio. Durante a segunda fase da operação, imóveis em São Félix do Araguaia, uma propriedade rural de alto valor, veículos de luxo e contas bancárias pessoais e empresariais foram sequestrados.
O delegado informou que as medidas judiciais tiveram como base relatórios financeiros, quebras de sigilo bancário e fiscal, além de indícios da utilização de empresas de fachada para movimentação dos valores desviados.
A operação segue em andamento e é coordenada pela Delegacia de Polícia Civil de São Félix do Araguaia, com apoio do Ministério Público, visando a recuperação dos valores desviados e a punição dos responsáveis.
Entenda o caso
Grupo facilitava pagamentos a credores que enfrentavam dificuldades para receber as verbas junto ao município
Polícia Civil de Mato Grosso
Há cinco meses, quatro servidores públicos foram presos durante a Operação Improbos suspeitos de integrarem um esquema de desvio de verbas públicas e corrupção dentro da Prefeitura de São Félix do Araguaia.
Na época, além das prisões, a operação também resultou no cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, cumpridos nas casas dos investigados e setores administrativos da prefeitura. As contas bancárias dos investigados também foram bloqueadas por intermédio judicial, durante a operação.
Segundo as investigações, o esquema envolvia três servidores municipais que trabalhavam na prefeitura, sendo que cada um deles possuía um papel no desvio dos recursos públicos. Já o quarto suspeito, que também é servidor público, já estava preso por envolvimento com tráfico de drogas quando teve uma nova prisão preventiva decretada pelos crimes investigados pela Polícia Civil.
Ação foi coordenada de maneira simultânea para evitar a destruição de provas e garantir a captura dos envolvidos
Polícia Civil de Mato Grosso
O esquema
Ivan informou que um dos investigados, identificado como o principal articulador do esquema, usava a posição de controle financeiro para facilitar o repasse de recursos a credores selecionados, assegurando que os pagamentos ilícitos ocorressem sem levantar suspeitas. Ele também intermediava pagamentos irregulares, cobrando comissões pela liberação dos valores.
O segundo suspeito atuava como intermediário, recebendo os valores desviados e distribuindo-os entre os demais envolvidos. A função dele era ocultar a origem dos recursos e garantir que as quantias fossem repassadas conforme as orientações do articulador, garantindo que todos os participantes do esquema fossem remunerados de forma adequada.
Os policiais apreenderam documentos, dispositivos eletrônicos e registros contábeis
Polícia Civil de Mato Grosso
Já o terceiro investigado utilizava uma série de empresas de fachada para simular a prestação de serviços e a venda de materiais à prefeitura. Essas empresas, registradas em nome de terceiros, emitiam notas fiscais fictícias e formalizavam contratos fraudulentos para justificar o recebimento dos valores desviados, conferindo uma aparência de legalidade às transações ilícitas.
Além disso, o grupo facilitava pagamentos a credores que enfrentavam dificuldades para receber as verbas junto ao município. Os investigados cobravam comissões indevidas para acelerar a liberação dos pagamentos, utilizando a influência na prefeitura para garantir que os recursos fossem repassados mediante uma taxa de retorno. Conforme a investigação, essa prática não apenas desviava recursos, mas também comprometia a integridade do processo de pagamentos, favorecendo empresas que aceitavam participar do esquema.
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