Investimento em ensino integral e incentivo para cursar faculdade são características em comum em cidades com mais estudo


São Caetano do Sul, no ABC Paulista, é a cidade brasileira em que as pessoas estudam por mais tempo ao longo da vida: em média, mais de 12 anos. Florianópolis, capital de Santa Catarina, ficou em segundo lugar. IBGE diz que acesso e condição financeira das famílias são fatores que interferem nos estudos
Jornal Nacional
As cidades brasileiras em que as pessoas estudam por mais tempo ao longo da vida têm algumas características em comum. Entre elas, o investimento no ensino integral e o incentivo pra cursar uma faculdade.
São Caetano do Sul, no ABC Paulista, tem 165 mil habitantes. Quem mora aqui passa, em média, mais de 12 anos estudando. É o maior índice registrado pela pesquisa do IBGE, que leva em conta os estudos nos ensinos fundamental, médio e superior.
“Esses dados da educação são muito importantes para a sociedade. Para o governo, de uma forma geral, para planejamento e implementação de políticas públicas, para a sociedade e para o conhecimento da sua realidade no sentido do exercício pleno da cidadania”, afirma Jefferson Mariano, analista socioeconômico do IBGE.
O Jornal Nacional foi a uma das 66 escolas municipais de São Caetano. A educação da cidade aposta no modelo integral. Caroline Pietra de Moraes, de 12 anos, tem uma agenda lotada depois das aulas regulares. “Eu faço ballet, faço teatro, faço inglês”, enumera.
O objetivo é envolver o aluno desde o ensino infantil. A própria Caroline entrou na escola aos 5 anos. Estratégia que, segundo a Secretaria da Educação do município, deu muito certo.
“A gente tem um reflexo bom, positivo na cidade, porque você tem indicadores elevados, quando você tem indicadores elevados as pessoas entendem que todo mundo é capaz”, ressalta Fabiano Augusto João, secretário de Educação de São Caetano.
A ideia do município é que o estudante continue a caminhada dos estudos após o fim do ensino médio, que ele entre numa faculdade. Por isso, oferece bolsas de estudo.
Não tem um limite para essas bolsas. Basta que o aluno preencha os requisitos necessários. Entre eles a renda familiar que, pra dar mais benefícios, é de até 20 salários mínimos por família.
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O IBGE diz que o acesso e as condições financeiras das famílias são fatores que interferem diretamente nos estudos. O município encontrou uma forma de ajudar. Abriu 600 vagas para que mães de alunos da rede municipal possam trabalhar nas escolas. Caroline Baraldi Galera é uma delas.
“A mãe só consegue realmente se manter no programa se o aluno estiver matriculado”, conta.
Florianópolis ficou em segundo lugar no ranking dos municípios com mais tempo de estudo da população. A cidade também investe na ampliação do ensino em tempo integral.
“A educação integral amplia os tempos e as experiências das crianças dentro da unidade educativa, amplia as possibilidades de aprendizagem, além de trazer segurança pra família de que ele tá num ambiente com supervisão”, diz Karla Christine Hermans Lima, diretora de Educação Fundamental da Secretaria de Educação de Florianópolis.
Apesar de só ter 12 anos, Caroline já pensa na faculdade. Mas, antes de decidir o futuro, ela já sabe de uma coisa:
“Eu não penso em mudar de escola. Eu penso em ficar aqui até o nono ano mesmo e, na faculdade, eu penso em fazer faculdade de artes cênicas”.
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