‘Caça-Asteroides’: Grupo mineiro formado por estudantes, psicólogos e comunidade descobre 11 asteroides junto da Nasa


O projeto criado pela Colaboração Internacional de Pesquisa Astronômica (IASC/Nasa) e como uma iniciativa do MCTI, tem o objetivo de popularizar a ciência através de voluntários cidadãos. Os integrantes da equipe receberam medalhas e certificados por suas descoberta
Maria Eduarda Amorim
Mariana Milena Prado de Sá é figurinha carimbada quando se trata de Nasa e asteroides.
A estudante de Engenharia Mecatrônica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), é reconhecida na área desde 2022 por descobrir um asteroide ainda não catalogado pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa).
🔔 Receba no WhatsApp as notícias do Triângulo e região
Dessa vez, o feito foi ainda mais além, pois ela e uma equipe formada por outras 13 pessoas do programa Caça-Asteroides, detectaram 11 asteroides desconhecidos.
“O Caça-Asteroides é um exemplo de projeto de ciência cidadã, que une pessoas da comunidade e cientistas com um único objetivo: descobrir asteroides. Essas 13 pessoas foram selecionadas para fazer parte do grupo, que agora é vinculado com a UFU e juntos conseguimos esse feito”, contou Mariana.
Mesmo havendo softwares que já detectam os asteróides, alguns passam despercebidos e é aí que os Caça-Asteroides entram em cena
Maria Eduarda Amorim
Após o período de seleção, os seis integrantes e a líder do grupo, iniciaram os treinamentos.
E se engana quem pensa que a atividade do grupo é uma tarefa fácil. Para descobrir um único asteroide eles precisam ficar atentos às imagens captadas por um telescópio, de 1,8 metro, localizado na Universidade do Havaí.
“A Nasa tem softwares que conseguem sozinhos detectar esses asteroides, contudo, alguns acabam passando despercebidos. É aí que entra o Caça-Asteróides para identificá-los”, disse a estudante.
Todo o processo é feito direto da UFU e pelo computador: os participantes recebem um grupo de imagens enviadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A partir daí as imagens são analisadas.
Ao identificarem os asteroides, o grupo envia um relatório com as descobertas para o Minor Planet Center, organização que se dedica a recolher dados sobre corpos menores do sistema solar. Assim como ressaltado por Mariana, asteroides são fragmentos rochosos que sobraram da formação do Sistema Solar e orbitam o Sol.
Apesar de muito pequenos para serem considerados planetas, os asteroides são importantes para a compreensão da origem e evolução do Sistema Solar.
“Estudar asteroides é ter informações sobre o início do nosso Sistema Solar. Isso é importante não só para as órbitas dos asteroides, como também para seus componentes. Vários asteroides que são ricos em minérios que nós precisamos”.
Com apenas 16 anos, adolescente descobre 3 asteroides reconhecidos pela Nasa
Menino de 8 anos é reconhecido pela Nasa após descobrir possível novo asteroide
Imagens fantásticas do supertelescópio James Webb mostram o Universo como nunca antes
Caça-Asteroides
Em 2024, o programa contou com mais de 3 mil equipes no Brasil e no mundo
Maria Eduarda Amorim
Criado pela Colaboração Internacional de Pesquisa Astronômica (IASC/Nasa) e como uma iniciativa do Ministério da Ciência, o programa Caça-Asteroides tem o objetivo de popularizar a ciência através de voluntários cidadãos.
A ciência cidadã busca integrar cidadãos e a comunidade científica em projetos práticos de pesquisa e descoberta. No Brasil, a parceria do MCTI com o IASC permitiu a formação de equipes que buscam asteroides em todo o Brasil.
“Às vezes, a gente acha que nossa ciência é uma coisa restrita, que está com os cientistas naquelas salas fechadas, só aquele pessoal que tem doutorado. Mas não, existem várias formas de a gente contribuir com a ciência”, finalizo Mariana.

📲 Siga o g1 Triângulo no Instagram, Facebook e X
VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas

Bookmark the permalink.