Em vazante, Rio Acre chega ao menor nível em 10 dias, mas segue em transbordo


Previsão é de que o nível continue baixando e saia do transbordamento, no máximo, até a segunda-feira (24). Porém, famílias desabrigadas por conta da enchente devem permanecer nos abrigos até que todos os protocolos de retorno sejam cumpridos. Rio Acre na região da quarta ponte em Rio Branco
Jardel Angelim/Rede Amazônica
Ainda em vazante, o nível do Rio Acre chegou a 14,35 metros às 6h deste domingo (23),, conforme dados da Defesa Civil Municipal. A maior cota atingida pelo manancial este ano foi de 15,88 metros, marcada às 15h de 17 de março.
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O rio começou uma intensa redução no volume nessa semana, e saiu de 14,56 metros às 21h do sábado (22), ou seja, 21 centímetros a menos. O índice também é o menor desde o dia 13 de março, quando marcou 14,37 metros na medição das 9h daquele dia.
Mesmo com a vazante, as famílias desabrigadas seguem no Parque de Exposições Wildy Viana, no 2º Distrito de Rio Branco.
⚠️Contexto: A cota de alerta do Rio Acre na capital é de 13,50 metros e a de transbordo é de 14 metros. O manancial na capital está acima desta marca desde o último dia 10 e o nível tem baixado desde a terça (18). Conforme o último boletim da Defesa Civil de Rio Branco, a cheia deste ano afetou:
Mais de 8,6 mil famílias diretamente, o equivalente a 31.318 pessoas;
Há pelo menos 171 famílias em abrigos, cerca de 547 pessoas;
Outras 598 famílias ficaram desalojadas, ou seja, foram para casa de parentes ou amigos;
19 comunidades rurais afetadas, dentre elas três são isoladas, e 2.198 famílias rurais atingidas;
43 bairros da capital atingidos.
Ao g1, o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão disse que a expectativa é que o nível do rio continue baixando lentamente. A previsão aponta que, no máximo, até a segunda-feira (24) o rio saia da cota de transbordo, que é de 14 metros.
“Hoje, por exemplo, nós temos vazante em todos os municípios e nos afluentes, [do Rio Acre] com exceção de Aldeia dos Patos, na divisa do Peru com o Brasil. Então, a Aldeia dos Patos aumentou o nível nas últimas 24 horas, mas o restante, desde Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba, [Rio] Espalha, tá em vazante. Não é uma vazante, assim, forte, mas tá em vazante. E como a gente tá mantendo a vazante aqui em Rio Branco, a expectativa é que a gente deva sair da cota de transbordamento na noite de hoje [domingo, 23] ou, então, no máximo, amanhã de manhã”, destacou.
Rio Acre segue em vazante em Rio Branco, mas ainda está acima da cota de transbordo
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Ainda conforme Falcão, a redução no nível do manancial é um bom sinal, já que, pelo comportamento histórico, é possível perceber que o Rio Acre não costuma alagar mais de uma vez no mesmo inverno.
Apesar do otimismo, o coordenador ressalta que as famílias levadas a abrigos ainda precisarão permanecer nos locais até que todos os protocolos de retorno sejam cumpridos. Primeiro, a Defesa Civil faz vistorias nos locais mais atingidos pelas águas, e então haverá operações de limpeza das ruas.
Placas alertando para o risco de afogamento no rio estão instaladas às margens do manancial
Júnior Andrade/Rede Amazônica Acre
Os abrigados também irão receber kits de limpeza para utilizar em suas residências. A previsão é de que permaneçam nos abrigos pelo menos até o fim do mês de março.
“A gente vai entrar agora nesta semana, já a partir de amanhã, com vistoria de edificações, já começar a conversar com as famílias que estão nos abrigos para que, na cota certa, a gente dê material para que façam limpeza nas suas casas, pedir para o Saerb entrar com apoio de água para poder limpar, enfim. Então, nós vamos trabalhar essa semana, essa fase de restabelecimento, restabelecer o cenário, que é um ponto. E em relação às famílias, nenhuma família deve sair do abrigo sem que a Defesa Civil autorize. E a gente só autoriza com a segurança. Qual é a segurança? Primeiro que a cota do rio esteja de 10 metros a menos. Claro, não é uma prisão, as famílias podem sair, caso queiram, mas não pelo nosso protocolo”, explicou.
Situação de emergência
O prefeito Tião Bocalom decretou, no último dia 14, situação de emergência devido à enchente. Já o governador Gladson Cameli decretou situação de emergência diante do aumento do nível dos rios Acre, Juruá, Purus e Envira, no dia 10 de março. Na última terça (18), após uma semana, governo do estado alterou o decreto e acrescentou os rios Tarauacá, Abunã e Moa.
As famílias desabrigadas começaram a ser levadas ao abrigo montado no Parque de Exposições Wildy Viana dia 14 de março. Ao chegarem no Parque de Exposições, as famílias fizeram um cadastro e direcionadas aos boxes.
A orientação é que os moradores não tentem se deslocar ao abrigo por conta própria. É necessário acionar as equipes pelo número 193 para que seja gerada uma ocorrência, e a partir daí a retirada seja feita pelo órgão.
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