Novo remédio para obesidade reduz até 25% do peso: “efeito semelhante à bariátrica”

Você já tomou algum remédio para obesidade? É conhecimento de muitos que o problema tem se tornado um problema global, já que um estudo publicado pela revista The Lancet revelou que mais de um bilhão de pessoas convivem com essa comorbidade, o que equivale a aproximadamente um em cada oito pessoas.

Pessoa apertando barriga para colocar agulha

Após ser analisados cerca de 338 adultos, o estudo revelou que pessoas que consumiram o remédio para obesidade apresentaram a redução de peso de até 25% em pacientes – Foto: Freepik/ND

Por isso, o crescente número de pessoas obesas impulsionou a busca por tratamentos eficazes, e um novo remédio para obesidade, a retatrutida, surge como uma alternativa. Ele demonstrou uma eficácia superior ao Mounjaro (tirzepatida), segundo dados publicados no The New England Journal of Medicine.

Foram analisados cerca de 338 adultos. O estudo aponta que o remédio para obesidade pode promover uma redução de peso de até 25% em pacientes com obesidade, e possui uma perda comparável a uma cirurgia bariátrica.

O médico nutrólogo André Guanabara destaca a importância desses avanços, mas alerta para o uso responsável dos medicamentos. “Esses fármacos são um avanço significativo no tratamento da obesidade, mas precisam ser prescritos por um especialista e acompanhados de mudanças no estilo de vida. Apenas o uso do medicamento sem acompanhamento pode resultar em reganho de peso após o tratamento”, explica.

A importância de um tratamento multidisciplinar

Mulher segurando calça em corpo

Além do consumo do remédio para obesidade, o tratamento ideal deve ser baseado em uma abordagem multidisciplinar, incluindo suporte psicológico, reeducação alimentar e prática regular de atividade física – Foto: Canva/ND

Conforme um artigo da Obesity Reviews, a obesidade é uma condição multifatorial, ou seja, envolve aspectos genéticos, metabólicos e comportamentais. Por isso, o tratamento ideal deve ser baseado em uma abordagem multidisciplinar, incluindo suporte psicológico, reeducação alimentar e prática regular de atividade física.

Para Guanabara, a obesidade não é apenas um problema de peso, mas sim uma doença complexa. Ele ainda salienta que para garantir resultados duradouros, o paciente deve contar com uma equipe de profissionais, como nutricionistas, educadores físicos e psicólogos.

“Isso reduz o risco de efeitos adversos e melhora a manutenção da perda de peso a longo prazo”, enfatiza Guanabara.

Como o remédio para obesidade atua no organismo?

Imagem de ampola de medicamento com injeção

A retatrutida está em fase de testes, mas as pesquisas revelam que o remédio para obesidade age estimulando três hormônios fundamentais no controle da fome e do metabolismo – Foto: Canva/ND

A retatrutida é um medicamento injetável que age estimulando três hormônios fundamentais no controle da fome e do metabolismo: GLP-1, GIP e glucagon. Esse mecanismo aumenta a saciedade, reduz a fome e eleva o gasto energético basal, promovendo a queima de calorias de forma mais eficiente.

O remédio para obesidade imita a ação do hormônio intestinal GLP-1, responsável por reduzir o apetite no cérebro, mas com a vantagem de ser resistente à degradação pela enzima DPP4, prolongando seus efeitos. Além disso, os hormônios GIP e glucagon contribuem para o metabolismo da insulina, auxiliando no controle da glicose e na perda de peso, segundo explica Guanabara.

Pesquisas apontam que fármacos que atuam nesses hormônios não apenas promovem emagrecimento, mas também melhoram parâmetros metabólicos, como resistência à insulina e controle glicêmico, podendo ser benéficos para pacientes com diabetes tipo 2.

Perspectivas para o futuro

O desenvolvimento de medicamentos como a retatrutida representa um avanço importante no tratamento da obesidade. No entanto, especialistas reforçam que a adoção de hábitos saudáveis continua sendo essencial para manter os resultados obtidos.

Conforme apontado por um estudo da JAMA (Journal of the American Medical Association), a combinação de terapias farmacológicas com mudanças no estilo de vida é a estratégia mais eficaz para o controle do peso a longo prazo.

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