Esgoto contamina água do rio São Francisco e ameaça população ribeirinha


Expedições científicas de universidades federais produziram estudos sobre os danos ao São Francisco e as consequências para peixes, consumidores e banhistas. Contaminação é o principal problema. Esgoto ameaça rio São Francisco
Jornal Nacional
De 2017 a 2023, expedições científicas de universidades federais produziram estudos sobre os danos ao rio São Francisco e as consequências para peixes, consumidores e banhistas.
Um dos problemas mais graves revelados pelas pesquisas é a contaminação da água. A maioria das cidades ribeirinhas descarrega o esgoto no rio sem nenhum tratamento.
“Existem vários riscos. O risco da saúde, o contato direto com a população ribeirinha, também a contaminação dos peixes, porque no próprio esgoto sanitário que a gente produz, pode ter também alguns poluentes emergentes que nem sempre são removidos em um processo convencional de tratamento”, afirma Eduardo Lucena, engenheiro sanitarista da UFAL.
O Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco elaborou mais de 100 planos municipais de saneamento, mas as medidas urgentes não saíram do papel.
“Nós precisamos que essas medidas sejam tomadas de imediato, que esses esgotos sejam retirados do rio, que sejam tratados. E que possamos devolver o Velho Chico à saúde que ele precisa, para que todo o povo que precisa do Velho Chico aproveite tudo isso”, afirma Maciel Oliveira, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco.
O consórcio Águas do Sertão, responsável pelo tratamento de esgoto de 34 municípios de Alagoas, fez um acordo com o governo do estado para investir quase R$ 2 bilhões no saneamento e na distribuição de água tratada pelos próximos oito anos.
“Todos esses investimentos serão mais volumosos até o 11º ano, até 2033, que é o que preconiza o Marco Legal do Saneamento, para levar toda essa infraestrutura para 90% da população”, diz Heron Lima, gerente operacional do Consórcio Águas do Sertão.
“Nós precisamos de ação e compromisso com São Francisco para que ele seja preservado para as futuras gerações”, diz o aposentado Jackson Borges.
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