Nutricionista recorre e cobra R$ 300 mil de homem que a apalpou; Justiça havia determinado R$ 100 mil


Empresário foi condenado a pagar indenização por danos morais à vítima. As duas partes recorreram da decisão. Empresário é condenado a indenizar nutricionista apalpada nas partes íntimas em elevador
Os advogados da nutricionista Larissa Duarte, que sofreu importunação sexual ao ter as partes íntimas apalpadas em um elevador, recorreram para pedir uma indenização de R$ 300 mil por danos morais. Em decisão da Justiça do Ceará, o empresário Israel Leal Bandeira Neto foi condenado a pagar R$ 100 mil.
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A decisão é referente à ação cível contra o empresário. O episódio também rendeu um processo criminal, que está em segredo de justiça.
O caso aconteceu em fevereiro de 2024 e foi flagrado pelas câmeras de segurança de um prédio comercial em Fortaleza. O vídeo passou a circular em março do mesmo ano, quando a vítima denunciou a importunação sexual nas redes sociais.
No dia 6 de fevereiro de 2025, a decisão em primeira instância foi da 21ª Cível de Fortaleza, condenando Israel Leal a pagar o valor de R$ 100 mil. As defesas das duas partes recorreram da decisão por discordarem do valor: a nutricionista pede um valor maior, e o empresário pede um valor menor.
Em nota, a defesa de Larissa Duarte defende que a indenização seja de R$ 300 mil para garantir o caráter pedagógico da indenização.
“O objetivo é que o montante reflita não apenas a reparação pelo sofrimento causado, mas também funcione como um exemplo para que atos criminosos como esse não se repitam”, diz a nota.
Nutricionista Larissa Duarte cobra R$ 300 mil de homem que a importunou em elevador de prédio comercial em Fortaleza
TV Verdes Mares/Reprodução
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Para isso, os advogados da nutricionista acrescentam que é fundamental considerar a capacidade econômica do empresário.
“Quando a sanção é sentida no bolso, ela tem maior potencial de conscientização, prevenindo futuras condutas semelhantes. A sociedade não tolera mais esse tipo de comportamento, e é importante que a Justiça também reflita essa mudança de postura”, conclui a nota.
Também se manifestando por meio de nota, a defesa de Israel Leal afirma que o recorreu por considerar que o valor de R$ 100 mil definido na condenação está “em desconformidade com a jurisprudência dos tribunais brasileiros em casos semelhantes”.
Conforme o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, ambas as partes já foram comunicadas para apresentar os motivos que baseiam os recursos, dando continuidade ao processo.
Processo criminal
Mulher denuncia homem por importunação sexual em elevador de prédio comercial em Fortaleza
Reprodução
Enquanto a ação cível faz a discussão sobre os danos morais sofridos pela nutricionista, o processo criminal julga se houve crime de importunação sexual, que tem pena prevista de 1 a 5 anos de reclusão.
Em março do ano passado, a Justiça aceitou denúncia do Ministério Público e o empresário virou réu no processo pelo crime de importunação sexual.
Na ocasião, o MP também havia dado parecer favorável à prisão preventiva de Israel Leal. No entanto, a Justiça rejeitou o pedido, decidindo pelo monitoramento por tornozeleira eletrônica. O processo criminal tramita em segredo de justiça.
Relembre o caso
Israel Leal Bandeira foi denunciado por passar a mão nas partes íntimas de uma mulher em elevador em Fortaleza.
Reprodução
No dia 15 de fevereiro de 2024, o empresário foi flagrado por câmeras de um prédio comercial do bairro Aldeota ao praticar um ato de importunação sexual contra a nutricionista. O caso foi denunciado por ela por meio de boletim de ocorrência.
No vídeo, ele aparece parado ao lado de Larissa e sem fazer contato com ela enquanto eles descem juntos. Quando a vítima está saindo do elevador, o empresário se move para tocar as nádegas dela.
A nutricionista partilhou a situação na própria rede social. As imagens passaram a circular com frequência em grupos e outros perfis. Nos relatos, a vítima contou que havia terminado de trabalhar quando pegou o elevador para deixar o prédio comercial.
Depois da repercussão do caso, a empresa M7 Investimentos, da qual Israel Leal Bandeira era sócio, resolveu afastar o empresário.
Em março de 2024, outras duas mulheres registraram um boletim de ocorrência contra Israel Leal, afirmando que tinham sido tocadas por ele enquanto estavam no elevador depois de uma festa de aniversário, em 2002. As duas eram mãe e filha.
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