Oposição na Turquia denuncia ‘maus-tratos’ a estudantes detidos

Manifestantes gritam slogans enquanto marcham por um túnel após participarem de um comício convocado pelo Partido Republicano do Povo (CHP) em apoio ao prefeito de Istambul preso, Ekrem Imanoglu, em Maltepe, nos arredores de Istambul, em 29 de março de 2025ED JONES

Ed JONES

O líder da oposição turca, Ozgur Ozel, denunciou nesta segunda-feira (31) os “maus-tratos” aos estudantes detidos durante os protestos em massa desencadeados pela prisão do prefeito de Istambul, principal adversário do presidente Recep Tayyip Erdogan.

“Esses estudantes foram maltratados, algemados nas costas e mantidos em corredores por horas sem serem informados para qual prisão seriam enviados”, disse o presidente do CHP, o principal partido da oposição ao qual pertence o prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu.

Pelo menos 2.000 pessoas foram detidas desde a prisão de Imamoglu, em 19 de março, e 263 foram encarceradas, disse o Ministério do Interior em seu último relatório na quinta-feira. Os advogados afirmam que esses números são muito maiores.

No domingo, Ozel visitou Imamoglu na prisão de Silivri, a oeste de Istambul. Ele também se encontrou com estudantes presos.

“Insultos e maus-tratos foram infligidos a esses estudantes”, disse, listando atos de “tortura psicológica” e “chutes no rosto”.

As associações de profissionais de saúde pública afirmaram no sábado que “observaram maus-tratos” durante as prisões, as custódias policiais e os processos judiciais.

Os protestos que atualmente abalam a Turquia, um importante ator geopolítico no Oriente Médio e no leste da Europa, são os maiores desde 2013.

O popular prefeito de Istambul, de 53 anos, era considerado por muitos o único político capaz de derrotar nas urnas Erdogan, que está no poder há mais de duas décadas.

Ele foi preso sob acusações de “corrupção” e suspenso de seu cargo.

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