A Guerra dos Números

Ao contrário do que informou o Hamas, a explosão no hospital Al-Ahli foi causada por um míssil lançado pela Jihad Islâmica, e não pelo exército israelenseMohamed al-Masri

Antes de mais nada, lembremos que todas as estatísticas divulgadas pela Faixa de Gaza, incluindo as referentes à guerra contra Israel, são provenientes do “Ministério da Saúde de Gaza”, um órgão controlado pelo governo local – ou seja, pelo grupo terrorista Hamas.

Mesmo assim, esses dados são amplamente aceitos e utilizados pela imprensa e por entidades internacionais como a ONU e a UNICEF. Isso apesar de haver precedentes que apontam que o Hamas manipula estatísticas para reforçar sua narrativa.

Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em 17 de outubro de 2024, quando o grupo declarou que um bombardeio israelense havia atingido o hospital Al-Ahli, matando 500 pessoas. Contudo, investigações subsequentes, incluindo análises de inteligência dos EUA e do exército israelense, apontaram que o ataque ocorreu no estacionamento do hospital e foi causado por um míssil disparado pela Jihad Islâmica. Estimativas posteriores reduziram o número de vítimas para cerca de 100.

(Antes de continuar, quero enfatizar que a morte de civis, especialmente em conflitos armados, é sempre uma tragédia que deve ser lamentada e evitada.)

Números inconsistentes

Nesta semana, novos dados trouxeram à tona mais indícios de inconsistências nos relatórios do Hamas. “A nova lista de fatalidades do grupo, divulgada em março de 2025, silenciosamente descartou 3,4 mil mortes listadas em seus relatórios de agosto e outubro de 2024 — incluindo 1.080 crianças”, escreveu Salo Aizenberg, da organização sem fins lucrativos HonestReporting, sediada nos EUA.

Além disso, a análise dos registros revelou que cerca de 72% das fatalidades são homens com idade entre 13 e 55 anos, justamente a faixa etária predominante entre os combatentes do Hamas (sim, você leu direito: há um grande número de crianças no exército do grupo terrorista).

“A demografia é a coisa mais importante em tudo isso. Ouvimos repetidas alegações de que cerca de 70% das mortes em Gaza são de mulheres e crianças, e essas listas, especialmente as mais recentes, mostram que essa estatística não se sustenta”, afirmou Andrew Fox, pesquisador do instituto Henry Jackson Society e autor do relatório.

Amplificação dos números

O objetivo da manipulação de números e da distorção do perfil das vítimas é a amplificação da comoção internacional e do desgaste da imagem de Israel. Segundo o relatório da HonestReporting, o Hamas “inflou sistematicamente o número de mortos ao não distinguir entre civis e combatentes, superestimando fatalidades entre mulheres e crianças e até mesmo incluindo indivíduos que morreram antes do início do conflito”.

Isso dito, a pergunta que resta é: até quando entidades globais continuarão apoiando-se em estatísticas fornecidas por um grupo terrorista?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG

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