Mais de uma semana após sair da cota de atenção, Rio Acre volta a marcar 10 metros em Rio Branco


Protocolo adotado pela Defesa Civil de Rio Branco é o de voltar a fazer o monitoramento do manancial a cada três horas, caso tenha o risco de transbordar novamente. Em março, manancial chegou a 15,88 metros e afetou mais de 30 mil pessoas nas zonas urbana e rural da capital do Acre. Rio Acre chegou a ultrapassar quase 2 metros da cota de transbordo, que é de 14 metros na capital
Aline Pontes/Rede Amazônica/Arquivo
Nove dias após sair da marca dos 10 metros — considerada como cota de atenção pela Defesa Civil municipal –, o Rio Acre voltou a alcançar a marca na manhã deste domingo (6), segundo medição divulgada pelo órgão em Rio Branco. Por conta disto, o protocolo adotado é de voltar com as medições a cada três horas, para fins de monitoramento caso haja um possível transbordo do manancial.
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A maior cota atingida pelo manancial em 2025 foi de 15,88 metros, marcada às 15h de 17 de março. Nas medições apresentadas ao longo do dia, a tendência é de queda, já que às 9h o Rio Acre registrou 10,29 metros e às 12h, 10,21 metros.
Veja, no gráfico abaixo, como o rio se comportou em Rio Branco desde que saiu da marca de ‘alerta’, em 29 de março:
Este ano, o Rio Acre transbordou no dia 10 de março e ficou acima da cota de transbordo, que é 14 metros, até a última segunda-feira (24). A cheia atingiu mais de 31 mil pessoas na capital acreana este ano.
Em Rio Branco, são estabelecidas as seguintes marcas no manancial, quando há indícios de cheia:
10 metros: cota de atenção
13,50 metros: cota de alerta
14 metros: cota de transbordo
Este ano, a enchente do Rio Acre afetou mais de 30 mil pessoas
Pedro Devani/Secom/Arquivo
As famílias afetadas pela cheia do Rio Acre e abrigadas no Parque de Exposições Wildy Viana, na capital, já retornaram para casa e a estrutura montada no local começou a ser desmontada no sábado (29).
No dia 26 de março, as equipes da prefeitura iniciaram a limpeza nos bairros afetados para preparar o retorno das famílias atingidas. Já na quinta (27), foi iniciada a “Operação de Volta para Casa” e encerrado o transporte das famílias às 18h de sexta (28). Cerca de 175 famílias ficaram abrigadas no parque.
As equipes da prefeitura começaram a montar os boxes no dia 7 de março, quando o Rio Acre ultrapassou os 12 metros. As primeiras famílias desabrigadas começaram a chegar no parque no dia 14 de março.
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Mesmo com a desmontagem dos boxes, o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que o parque seguirá sob a administração do órgão.
“A gente reaproveita o material, mas não vamos desativar o parque, vai ficar mais alguns dias com a gente. Fizemos o cadastramento das famílias e agora vamos acompanhá-las nos bairros”, ressaltou.
Ainda segundo o coronel, as famílias que retornaram para casa vão continuar recebendo ajuda com alimentos, colchões, kits higiene e também com a liberação do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Doze das famílias que estavam nos abrigos foram levadas para o aluguel social.
O prefeito Tião Bocalom decretou, no último dia 14, situação de emergência devido à enchente. Já o governador Gladson Cameli decretou situação de emergência diante do aumento do nível dos rios Acre, Juruá, Purus e Envira, no dia 10 de março. Na última terça (18), após uma semana, governo do estado alterou o decreto e acrescentou os rios Tarauacá, Abunã e Moa.
Conforme a Defesa Civil de Rio Branco, a enchente deste ano afetou:
Mais de 8,6 mil famílias diretamente, o equivalente a 31.318 pessoas;
Mais de 180 famílias ficaram em abrigos, totalizando 700 pessoas;
Outras 598 famílias ficaram desalojadas, ou seja, foram para casa de parentes ou amigos;
19 comunidades rurais afetadas, dentre elas três são isoladas, e 2.198 famílias rurais atingidas;
43 bairros da capital atingidos.
VÍDEOS: g1

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