Polícia Federal prende ex-secretário de Administração Penitenciária de Pernambuco em operação contra corrupção em presídio


Segunda fase da Operação La Catedral foi deflagrada nesta terça (8) e prendeu André de Araújo Albuquerque. Investigação apura esquema de corrupção no sistema prisional de Pernambuco batizado de ‘resort do crime’. Presídio de Igarassu, no Grande Recife
Reprodução/Google Street View
A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça (8) o ex-secretário executivo de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco (Seap), André de Araújo Albuquerque, suspeito de participar de um esquema de corrupção no sistema prisional de Pernambuco, que atuava no presídio de Igarassu, no Grande Recife.
A prisão faz parte da segunda fase da Operação La Catedral, deflagrada no fim de fevereiro e que desvendou um esquema de propinas e troca de regalias dentro da unidade prisional, incluindo festas com churrasco, bebidas alcoólicas, música ao vivo e entrada facilitada de garotas de programa.
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André Albuquerque era assessor direto do secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Paulo Paes. Ele já havia sido superintendente de segurança prisional da secretaria.
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Na primeira fase da operação, foram cumpridos nove mandados de prisão e 12, de busca e apreensão, nos municípios de Paulista, Goiana, Carpina, Abreu e Lima, e Itapissuma, em Pernambuco, e em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Também foi realizado o sequestro de bens dos investigados.
Entre os itens apreendidos pela Polícia Federal na ocasião estava uma mala cheia de dinheiro (veja vídeo abaixo), com várias notas de R$ 100, além de armas e pen drives. As investigações apontaram que policiais penais.
PF apreende mala de dinheiro em operação contra esquema de propina no Presídio de Igarassu
Entre os presos em fevereiro estava o ex-diretor do presídio de Igarassu, no Grande Recife, Charles Belarmino de Queiroz Silva. Ele foi apontado como um dos principais articuladores do esquema de corrupção, chamado de “resort do crime”.
Segundo o o delegado da Polícia Federal, Otávio Bueno, em entrevista ao Fantástico, “os agentes penais eram, praticamente, sócios dos presos na empreitada criminosa”.
As investigações foram iniciadas, depois que a polícia identificou que um detento comandava diversos crimes de dentro da cadeia, com o apoio de servidores do sistema prisional.
A PF também apontou que os detentos do presídio de Igarassu, através do pagamento de propina a policiais, podiam receber visitas em qualquer horário e conseguiam influenciar a transferência de outros presos entre as unidades do sistema prisional de Pernambuco.
Além das regalias, foram constatados outros crimes dentro do presídio, como o uso de drogas e também a produção de pasta base de cocaína dentro do Espaço Cultural da unidade.
Segundo a Polícia Federal, estão sendo investigados os seguintes crimes:
tráfico de drogas;
lavagem de dinheiro;
corrupção;
prevaricação (quando um servidor público pratica um delito ou deixa de cumprir suas funções legais);
promoção ou facilitação de ingresso de aparelho telefônico em presídio;
participação em organização criminosa.
Armas e mala com dinheiro foram apreendidas em operação da PF que apura esquema de corrupção no Presídio de Igarassu, no Grande Recife
Reprodução/WhatsApp
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