Lobo-terrível foi só o primeiro: conheça os animais que podem voltar da extinção

Um resultado impressionante de uma pesquisa foi divulgado nesta segunda-feira (7) pela empresa norte-americana de biotecnologia Colossal Biosciences. Uma espécie de lobo extinta há mais de 10 mil anos, conhecida como “lobo-terrível”, foi trazida de volta à vida por cientistas.

A imagem mostra um lobo-terrível

Lobos de ‘Game of Thrones’ são trazidos de volta a vida – Foto: Reprodução/ND

Lobo-terrível retornou da extinção

Os primeiros da espécie ressuscitada nasceram em outubro de 2024: dois machos, batizados de Remus e Romulus — em referência aos mitológicos irmãos fundadores de Roma —, e uma fêmea chamada Khaleesi, em homenagem à personagem de Emilia Clarke, da série “Game of Thrones”.

A jornada para trazer o lobo-terrível de volta à vida começou em 2021, quando a equipe da Colossal Biosciences conseguiu recuperar DNA a partir de fósseis bem preservados da espécie.

Utilizando técnicas avançadas de edição genética, os cientistas modificaram o DNA de lobos cinzentos, criando uma versão que compartilhasse características essenciais do lobo-terrível.

Lobo-terrível deitado

A espécie Lobo-terrível foi trazida de volta a vida – Foto: Reprodução/ND

Após a modificação genética, os cientistas criaram embriões com essas células editadas e os implantaram em mães substitutas, resultando no nascimento dos filhotes de lobo-terrível em 2024.

Esse processo de clonagem e edição genética marca um grande avanço na biotecnologia, que agora não apenas tem o poder de estudar espécies extintas, mas também de recriar suas versões modernas.

 

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Além do lobo-terrível, outras espécies podem entrar na lista

Apesar do sucesso com o lobo-terrível, a Colossal Biosciences não pretende parar por aí. Outras espécies foram estudadas para, em breve, também voltarem ao mundo. A empresa possui outros três planos para trazer espécies de volta da extinção. Conheça algumas delas:

Mamute-lanoso

Um dos mais famosos animais extintos são os mamutes-lanosos, que desapareceram há 10 mil anos. Para trazer esse animal de volta da extinção, a Colossal mapeia o genoma inteiro da espécie e o compara com seu parente vivo mais próximo, que no caso é o elefante asiático.

Imagem ilustrativa de um mamute-lanoso

Royal Victoria Museum, Victoria, British Columbia, Canada, 2018 – Foto: Reprodução/Thom Quine/ND

Ben Lamm disse que essa fase foi concluída para o mamute e o tigre-da-tasmânia. Agora, os cientistas da empresa estão usando a ferramenta de edição genética CRISPR para editar as células do elefante asiático.

Na etapa final, essas células serão inseridas em um óvulo, onde o embrião será implantado em um elefante, que dará à luz um bebê mamute, explicou o cofundador.

Para concluir a missão, a startup arrecadou cerca de US$ 200 milhões — aproximadamente R$ 1,2 bilhão — em uma rodada de financiamento com investidores.

Tigre-da-tasmânia

O projeto de trazer o tigre-da-tasmânia de volta à vida conquistou um passo importante no fim de 2024. A equipe de cientistas da empresa norte-americana utilizou amostras preservadas com o RNA e DNA de um crânio do animal, extinto desde 1930, que foi preservado por um museu em Melbourne, na Austrália.

Foto de um tigre-da-tasmânia

Pesquisadores pretendem trazer o tigre da Tasmânia de volta a vida – Foto: The Guardian/Reprodução/ND

Ao estudar o material genético, os cientistas conseguem identificar os genes que diferenciam o tigre-da-tasmânia do parente vivo mais próximo, o dunnart-de-cauda-grossa. Através de técnicas de edição genética, como o CRISPR, será possível modificar o DNA do dunnart e recriar um animal com as características do tigre-da-tasmânia.

A pesquisa já teve avanços consideráveis. De acordo com o Daily Mail, a startup norte-americana, anunciou que conseguiu reconstruir o genoma da espécie com 99,99% de precisão. Segundo a empresa, faltam ainda 45 lacunas no genoma, que devem ser preenchidas em breve.

Embora uma data definitiva não tenha sido anunciada, a empresa sugere que os primeiros tigres-da-tasmânia podem ser reintroduzidos em até quatro anos, antes mesmo dos mamutes, prevista para 2028.

Dodô

Outro animal extremamente conhecido após sua extinção é o dodô. Essas “galinhas gigantes” foram extintas em 1681, após a caça excessiva realizada por humanos que chegaram à sua terra natal, as Ilhas Maurício.

Representação de um dodô

Dodô, ave extinta nativa das Ilhas Maurício, no Oceano Índico, perto de Madagascar – Foto: Desarrollo Exponencial/@realTigerAgency/X

Em fevereiro de 2023, a Colossal Biosciences anunciou um importante avanço no campo da desextinção ao lançar o Avian Genomics Group, com foco especial na classe Aves. A principal meta do grupo é trazer de volta à vida o dodô.

Segundo a empresa, a escolha do dodô como espécie-alvo, ocorre em um momento crítico: populações de aves ao redor do mundo estão sendo severamente afetadas por doenças parasitárias, surtos de gripe aviária e infecções desconhecidas.

A ideia é que, além de reviver o dodô, os avanços na genética aviária possam oferecer soluções para a saúde de aves silvestres e domésticas em escala global.

Sua extinção brutal também faz com que a “ressurreição” do dodô carregue não apenas um valor científico, mas também simbólico — representando a reparação de um erro histórico causado pela humanidade.

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