Estilo de liderança de Sóstenes Cavalcante desagrada o PL e o centrão


Decisão de obstruir os trabalhos da Câmara, até que o projeto de anistia fosse votado, não tinha unanimidade no seu partido. O PL desistiu de obstruir os trabalhos legislativos. O estilo de liderança do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) tem desagradado setores de seu próprio partido e o centrão como um todo.
A decisão de obstruir os trabalhos da Câmara, até que o projeto de anistia fosse votado, não tinha unanimidade no seu partido. Mesmo assim, foi levado adiante. As ameaças de divulgar os nomes dos parlamentares que não haviam assinado o requerimento de urgência da anistia foi a gota d’água. “Até o Lindbergh Farias tá mais flexível”, zombou um deputado do PL.
Na visão dos parlamentares, Sóstenes ouve mais o pastor Malafaia do que o próprio partido. Hoje, o papel de Malafaia é vocalizar o que não fica bem na boca de Sóstenes e de Bolsonaro. Vem de Malafia os ataques mais duros contra o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a quem ele já chamou de “vergonha da Paraíba”. Também acusou Motta de covarde de ter o rabo preso. Segundo o pastor, Mota não encampou a anistia porque tem medo de ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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As ameaças, os ataques pessoais e a tentativa de constranger deputados causaram um onda de solidariedade a Hugo Mota. Além de não ganhar no grito, Sóstenes teve que recuar das duas bandeiras de sua breve liderança: o PL desistiu de obstruir os trabalhos legislativos e ele foi às rede sociais dizer que a ideia de expor os nomes dos deputados contrários à anistia estava “adiada”.
PMDB, PFL e até mesmo o PT já tiveram grandes bancadas na Câmara. Mas seus líderes sempre tiveram juízo e nunca afrontaram o bloco que, desde o governo Sarney, tem o poder na Casa: o Centrão.
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