Embolia pulmonar: o que é a doença que causou a morte de médica do AC de 27 anos após fraturar o pé


Adriana Laurentino morreu de embolia pulmonar após fazer uma viagem de avião da Bahia para o Acre com o pé fraturado. Embolia pulmonar: o que é a doença que causou a morte de médica do AC de 27 anos após fraturar o pé
Arquivo pessoal
A morte repentina da jovem médica acreana Adriana Rodrigues Laurentino, de 27 anos, no interior do Acre, após sofrer de embolia pulmonar causou comoção e levantou dúvidas sobre a gravidade da doença.
O g1 conversou com o médico Odilson Marcos Silvestre, especialista em cardiologia e clínica médica, que explicou sobre o diagnóstico, as causas, a gravidade e o tratamento da doença que causou a morte da médica.
“Sem tratamento, o tromboembolismo pulmonar (TEP) mata 30% das pessoas. Portanto, mata tanto quanto o infarto do miocárdio”, alerta o médico.
A médica acreana morava e trabalhava na cidade de Camaçari, no interior do estado baiano, há cerca de um ano. Após fraturar o pé esquerdo em um passeio na Bahia (BA) e sem nenhum parente por perto, ela decidiu viajar para Brasileia, sua cidade natal, enquanto estava de atestado.
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Adriana pegou um avião para o Acre na sexta-feira (23). Foram cerca de 12 horas de voo e depois mais de três horas de viagem de carro entre Rio Branco e Brasileia, no interior do estado. No mesmo dia que chegou em casa, ela passou mal, foi levada ao hospital da cidade e morreu de embolia pulmonar.
Abaixo, veja as respostas para as principais perguntas referentes ao tromboembolismo pulmonar.
1 – O que é a tromboembolismo pulmonar?
Tromboembolismo pulmonar (TEP) é quando um trombo (coágulo) se aloja na circulação do pulmão. Conforme explica o médico cardiologista, esse trombo vem de outro lugar do corpo (geralmente das pernas) e por isso é chamado de êmbolo.
“Por isso, tromboembolia (um trombo que se formou nas veias das pernas (trombose venosa profunda – TVP) e se desloca (viaja pelas veias até o pulmão). Ali ele causa um entupimento na circulação pulmonar, levando a morte por falta de ar ou por queda da pressão, porque o sangue não consegue passar de volta para o corpo”, informou.
2 – Quais as causas da doença?
Conforme o especialista, tudo que leva a imobilizar as pernas pode causar o tromboembolismo pulmonar, como: cirurgias, traumas, viagens aéreas longas, internação hospitalar (quando o paciente fica deitado no leito), câncer, as chamadas trombofilias (tendência genética de formar trombos), uso de anticoncepcional, uso de hormônios sexuais (femininos e masculinos).
“Entre as causas, as cirurgias ortopédicas são as campeãs em causar tromboembolismo pulmonar, em especial a cirurgia de quadril e de joelho, que chega a 70% de ocorrência se não for feita a prevenção (uso de anticoagulante por um mês depois da cirurgia).
3 – Quais são os sintomas iniciais?
De acordo com o médico, os primeiros sintomas de uma pessoa com tromboembolismo pulmonar são inchaço na perna, a falta de ar e dores no peito.
“Como a doença começa na perna, geralmente há inchaço e dor em umas pernas, especialmente na panturrilha. Esse é o sintoma da trombose venosa profunda (TVP) que acontece na perna. Mas, esse trombo ali da perna vai para o pulmão e causa os sintomas pulmonares que são: falta de ar (principal sintoma), dor no peito, cai a oxigenação do sangue, a pessoa se sente ansiosa”, explicou.
4 – Como prevenir o tromboembolismo pulmonar?
“As pessoas devem discutir com os médicos sobre isso. Quem tem maior risco de ter o tromboembolismo pulmonar, deve fazer a prevenção com meias elásticas e uso de anticoagulantes”, disse o médico
5 – Quem tem maior risco?
Segundo o especialista, corre mais risco de sofrer um tromboembolismo pulmonar quem tem ou teve câncer, quem passou por cirurgia recente, quem tem trombofilia, quem já teve trombose antes e quem está internado.
6 – Quais os tratamentos?
De acordo com o médico, o tratamento da doença é feito à base de anticoagulantes, remédios que fazem dissolver os coágulos.
“Usamos os anticoagulantes (como os novos anticoagulantes orais e as heparinas) por 6 meses pelo menos e, nos casos ameaçadores à vida, usamos trombolíticos (medicamentos que dissolvem o trombo mais rápido)”, concluiu Silvestre.
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