PF localiza quase R$ 900 mil na casa de pessoas ligadas ao prefeito de Sorocaba

Um dos alvos da operação é o atual prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos) – Foto: PF/Reprodução

A operação da Polícia Federal, que vasculhou a casa do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), localizou quase R$ 900 mil em espécie, na residência de um casal investigado por participação no esquema de desvio de recursos públicos destinados à saúde no município.

A ofensiva, denominada ‘Copia e Cola’, foi deflagrada nesta quinta-feira (10), no interior de São Paulo. Mais de 100 policiais participaram da ofensiva, que bloqueou R$ 20 milhões dos investigados.

A investigação contra o prefeito de Sorocaba e os demais alvos começou em 2022, após suspeitas de fraude na contratação de uma OS (Organização Social) para administrar, operacionalizar e executar ações e serviços de saúde no município.

Conforme apurado pelo Uol, Manga teria recebido propina pela formalização do contrato. No curso das investigações, a PF (Polícia Federal) apurou movimentações suspeitas envolvendo a igreja Templo da Glória e Renovo de Deus, ligada a pastora Simone Souza e seu marido, o bispo Josivaldo Souza.

Simone é cunhada do prefeito de Sorocaba. Foi na casa dela e do marido que o dinheiro em espécie foi localizado.

PF localiza R$ 864 mil na casa de religiosos

Durante o cumprimento das ordens judiciais nos endereços vinculados ao bispo e a pastora, a PF localizou R$ 864 mil em espécie. O dinheiro estava em caixas de papelão e em cofres na residência do casal.

A casa do prefeito de Sorocaba, gabinete e secretaria de Saúde do município também foram alvo de mandados. Veículos de luxo, da marca BMW e Porsche, também foram apreendidos.

Grande quantidade de dinheiro também foi localizada em cofres na residência dos religiosos – Foto: PF/Reprodução

Além da formação de uma organização criminosa, a Polícia Federal apura o cometimento de crimes de lavagem de dinheiro, por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias.

Foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão em Sorocaba e outros 11 municípios paulistas, além de um mandado em Vitória da Conquista, na Bahia.

Bloqueio de bens

O Poder Judiciário determinou o sequestro de bens e valores em um total de até R$ 20 milhões de todos os investigados. A Organização Social investigada foi proibida de realizar contratos com o poder público.

O prefeito de Sorocaba e os demais investigados poderão responder por corrupção passiva, corrupção ativa, ocultação de capitais (lavagem de dinheiro), peculato, contratação direta ilegal e frustração de licitação.

Contraponto

Em nota enviada à imprensa, a defesa do prefeito afirma que “os supostos fatos investigados são de 2021 e, no pouco que a defesa obteve acesso, não existe qualquer elemento, mínimo que fosse, que pudesse relacionar o prefeito a atos ilícitos”.

Por meio de nota, a Prefeitura de Sorocaba informou que “está havendo plena colaboração com as autoridades, para que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos, o mais breve possível”.