China reage às tarifas dos EUA e diz “jamais” cederá à pressão

Donald Trump, presidente dos EUA (E) e Xi Jinping, presidente da China (D)Reprodução

Em meio à escalada da guerra comercial, o Ministério das Relações Exteriores da China declarou nesta sexta-feira (11) que os Estados Unidos precisam abandonar atitudes “imprevisíveis” e “destrutivas”. Segundo o governo chinês, o país “jamais” cederá à pressão exercida por Washington.

“Se os Estados Unidos realmente querem diálogo, devem parar com suas atitudes imprevisíveis e destrutivas. Pelo bem do povo chinês e dos povos do mundo, e em nome da justiça e da equidade na ordem global, a China jamais se curvará à pressão dos Estados Unidos”, afirmou o ministério em publicação na rede social X.

Segundo a Reuters, a China aumentou nesta sexta-feira suas tarifas sobre produtos norte-americanos para 125%, em resposta à decisão do presidente Donald Trump de elevar os impostos sobre mercadorias chinesas. A medida eleva a tensão na guerra comercial e ameaça ainda mais as cadeias globais de suprimento.

A retaliação chinesa provocou agitação nos mercados dos Estados Unidos. Uma pesquisa com consumidores revelou que os temores relacionados à inflação atingiram o maior patamar desde 1981.

“O risco de recessão é muito, muito maior agora do que era há algumas semanas”, avaliou Adam Hetts, chefe global de multiativos da gestora Janus Henderson.

Líderes internacionais ainda buscam maneiras de lidar com a maior instabilidade comercial global em décadas. Apesar da pressão, o governo Trump mantém sua postura firme, defendendo que as negociações em curso sobre novos acordos justificam a mudança radical de estratégia.

Especialistas da Reuters apontam que os aumentos tarifários mútuos entre as duas maiores economias do planeta podem inviabilizar o comércio bilateral, que movimentou mais de US$ 650 bilhões em 2024.

“O presidente deixou bem claro: quando os Estados Unidos forem atingidos, ele revidará com mais força”, afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.

Em resposta direta, o presidente chinês Xi Jinping comentou pela primeira vez a disputa com Trump, afirmando que a China não teme repressões econômicas, mas destacou: “Não há vencedores em uma guerra tarifária”, conforme informou Peter Alexander, da NBC, em reportagem para o programa “TODAY”.

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