China diz que não vai se curvar e aumenta mais uma vez tarifas sobre produtos americanos


Xi Jinping se manifestou publicamente pela primeira vez sobre a guerra comercial. O presidente chinês declarou que ‘não há vencedores em uma guerra tarifária’. A China voltou a subir as tarifas sobre produtos americanos em resposta às taxas de importação de produtos chineses de Donald Trump. O presidente Xi Jinping se manifestou publicamente pela primeira vez nesta sexta-feira (11) sobre essa guerra comercial.
Sob a pressão das tarifas de Donald Trump, europeus e chineses apertaram as mãos nesta sexta-feira (11) em Pequim. A Europa é o principal mercado para os produtos da China, como equipamentos de telecomunicação, de informática, equipamentos elétricos e eletrônicos. E a China é o terceiro maior importador de produtos da Europa, principalmente máquinas, carros, autopeças, remédios e farmacêuticos.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, disse que vê oportunidades para uma aproximação ainda maior entre as duas economias e pediu por uma relação mais equilibrada nas trocas comerciais.
Guerra de tarifas: China diz que ‘jamais’ se curvará à pressão dos EUA e que governo americano deve parar com atitudes ‘destrutivas’
Xi Jinping lembrou de um artigo assinado por Sanchez, junto com o presidente Lula e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, em março, em defesa do multilateralismo e da cooperação, em oposição ao isolacionismo em um mundo cada vez mais fragmentado.
Durante o encontro, o presidente chinês declarou que “não há vencedores em uma guerra tarifária”. Xi Jinping pediu que a União Europeia se junte à China para resistir ao que chamou de “bullying unilateral” do governo Donald Trump. É como ele se referiu às tarifas de 145% que os americanos aplicaram na quinta-feira (10) sobre os produtos chineses.
Além de buscar o apoio de aliados, a China nesta sexta-feira (11) elevou o nível da briga com os Estados Unidos e anunciou que, a partir de sábado (12), os produtos americanos vão enfrentar uma taxação ainda maior: de 84% para 125%. O governo chinês também declarou que as medidas de Washington violam as regras de comércio global.
Esse anúncio marca mais uma escalada na guerra tarifária entre os dois países, que disparou principalmente nos últimos dias, agora em abril. O anúncio chinês foi feito depois do fechamento das bolsas na Ásia – onde Hong Kong e Xangai tiveram pequenos ganhos – e acendeu um sinal de alerta nos mercados europeus. As principais bolsas, que tinham aberto com uma leve alta, fecharam o dia no vermelho, com exceção da Bolsa de Londres.
Em uma linha diferente da China, os governos europeus vêm adotando uma postura mais cautelosa e tentam agora fechar um acordo com os Estados Unidos para evitar as tarifas sobre o continente, que estão, por enquanto, suspensas. O presidente francês, Emmanuel Macron, escreveu nesta sexta-feira (11) que “a suspensão temporária das tarifas americanas por 90 dias permanece frágil e significa dias de incerteza para as empresas de ambos os lados do Atlântico” e que “a França e a Europa estão prontas para defender seus interesses”.
A presidente da Comissão Europeia disse que quer dar uma chance para as negociações. Do contrário, o bloco está preparando novas medidas contra os americanos. Entre os alvos na mira do bloco estão as big techs, as empresas de tecnologia com sede nos Estados Unidos, que têm uma relação bem próxima com o presidente Donald Trump.
Encontro entre presidente chinês e líderes europeus
Reprodução/TV Globo
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