Trump aplica tarifa de até 245% sobre a China sem aviso prévio

O bairro de Chinatown, em Nova York, teve sua economia abalada por ataques do 11 de Setembro de 2001The New York Times

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu ao anunciar no site da Casa Branca tarifas de até 245% sobre importações da China, como parte de uma nova ofensiva econômica para reduzir a dependência americana de minerais críticos processados por países considerados adversários.

A medida foi revelada nesta quarta-feira (data da divulgação), com a assinatura de uma ordem executiva que também determina uma investigação formal sobre os riscos à segurança nacional causados pela dependência externa desses materiais essenciais, muitos deles usados em tecnologias militares e de ponta, como motores a jato, sistemas de radar, mísseis e semicondutores.

“A dependência excessiva de minerais críticos e seus derivados pode comprometer as capacidades de defesa dos EUA, o desenvolvimento de infraestrutura e a inovação tecnológica”, afirmou a Casa Branca em comunicado oficial.

Tarifas somadas chegam a 245%

Segundo o governo americano, a nova tarifa imposta à China é composta por diferentes camadas: uma tarifa recíproca de 125%, uma taxa de 20% relacionada à crise do fentanil, e sobretaxas específicas que variam de 7,5% a 100% com base na Seção 301 da lei comercial americana.

Essas tarifas, conforme o comunicado, foram aplicadas em resposta a medidas recentes do governo chinês, que suspendeu a exportação de minerais essenciais como gálio, germânio, antimônio e elementos de terras raras pesadas — todos usados em aplicações estratégicas e militares.

“A China vem usando seu domínio nas cadeias de suprimento como instrumento de alavancagem geopolítica e econômica”, declarou a Casa Branca.

Ordem executiva mira segurança e produção nacional

Além das tarifas, Trump determinou ao Departamento de Comércio que inicie uma investigação com base na Seção 232 da Lei de Expansão Comercial de 1962. O objetivo é avaliar o impacto da importação de minerais críticos sobre a segurança nacional e propor soluções, que podem incluir novas medidas comerciais e incentivos à produção doméstica.

O relatório resultante deverá identificar vulnerabilidades nas cadeias de suprimento, distorções causadas por mercados estrangeiros e caminhos para fortalecer a autossuficiência dos Estados Unidos nesse setor estratégico.

“Essa é mais uma ação dentro do plano America First, que busca restaurar a indústria americana e proteger a segurança econômica e nacional do país”, afirmou a nota da Casa Branca.

Histórico de confrontos comerciais

A nova rodada de tarifas representa uma escalada na já longa disputa comercial entre Estados Unidos e China, agravada desde que Trump adotou sua política de tarifas personalizadas a partir de 2018. Apesar de negociações com dezenas de países para novos acordos comerciais, a China continua sendo alvo prioritário de medidas retaliatórias do governo americano.

Bookmark the permalink.