Entre danças, cantos e raízes: festival no AM celebra o renascer das tradições indígenas


Evento, que teve início na segunda-feira (14) e se encerra neste sábado (19), Dia dos Povos Originários, transforma a Aldeia Marajaí em um verdadeiro mosaico de culturas, cores e histórias. Evento transforma a Aldeia Marajaí em um verdadeiro mosaico de culturas, cores e histórias.
Tácio Melo
Retomar saberes antigos, honrar os espíritos da floresta e semear nas novas gerações o cuidado com a terra. É com esse propósito que mais de três mil indígenas se reúnem em uma pequena aldeia no município de Alvarães, a 535 quilômetros de Manaus, para celebrar a 3ª edição do Festival de Danças e Jogos Interculturais Indígenas.
O evento, que teve início na segunda-feira (14) e se encerra neste sábado (19), celebra o Dia dos Povos Originários, e transforma a Aldeia Marajaí em um verdadeiro mosaico de culturas, cores e histórias.
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Na noite de abertura, o brilho ancestral tomou conta da vila: representantes das 16 aldeias participantes dançaram, cantaram e desfilaram suas indumentárias tradicionais. Cada gesto, cada batida dos pés na terra, reverberava a luta pela demarcação de territórios – tema desta edição – e a resistência em defesa do meio ambiente.
Entre a terça (15) e a sexta-feira (18), o espírito guerreiro se manifestou em forma de competição. Foram 13 modalidades disputadas:
Arremesso de lança
Arco e flecha
Subida no açaizeiro
Arremesso de ouriço
Cabo de guerra
Corrida com tora
Atletismo
Baladeira
Zarabatana
Canoagem
Natação
Remo
Para os indígenas, as modalidades não são apenas esportes, mas práticas enraizadas em vivências coletivas e modos de existir profundamente ligados à terra e à natureza.
Mais de 16 aldeias participam desta edição do evento.
Tácio Melo
Segundo os indígenas, a região de Alvarães tem se revelado um território sagrado de memória dos povos originários. Vasos cerâmicos, urnas e vestígios encontrados por ribeirinhos e povos tradicionais têm lançado luz sobre uma história ainda viva, mas por muito tempo silenciada.
“Esse é um marco muito importante para nossa aldeia e para outras que, há muitos anos, haviam perdido grande parte da cultura. Estamos participando pelo segundo ano do evento e já temos notado uma grande diferença em nossa aldeia, pois até as nossas crianças estão envolvidas e interessadas em aprender nossa língua, danças, músicas e atividades esportivas através do festival”, compartilhou o cacique Jeferson Tikuna.
O encerramento foi uma ode à beleza e à força dos povos originários. Apresentações culturais tomaram conta da aldeia, incluindo a aguardada disputa tribal entre o “casal guerreiro” e a “indígena mais bela” de cada comunidade.
“Mais do que um espetáculo, o festival é um manifesto vivo pela preservação dos territórios indígenas, o fortalecimento das tradições ancestrais e o compromisso com o futuro da floresta”, concluiu o tuxaua.
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Tácio Melo
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Tácio Melo
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