Confeitaria mineira cria ovo de Páscoa inspirado no rio Madeira


Ovo feito em homenagem ao Madeira carrega ingredientes que representam a riqueza da bacia amazônica: açaí, cupuaçu e cacau. Ovo de Páscoa rio Madeira
Cacau Mídia
O clássico ovo de Páscoa ganhou um toque amazônico e cheio de significado em uma confeitaria de Belo Horizonte (MG). Inspirada nas cores e nos sabores do rio Madeira, a criação mistura ingredientes típicos da região Norte com o tradicional chocolate.
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Segundo a empresária Luiza Santiago, a ideia surgiu a partir da escolha de quatro rios brasileiros impactados pelas mudanças climáticas. O rio Madeira chamou atenção especialmente após o relato emocionante de um artista de Rondônia, que descreveu a seca histórica no rio.
“[O artista] contou emocionado sobre a seca no rio, relatando como o Madeira é vigoroso e como o fato de ter chegado a 19 cm foi espantoso e triste”, contou Luiza.
O ovo feito em homenagem ao Madeira carrega ingredientes que representam a riqueza da bacia amazônica: açaí, cupuaçu e cacau. O visual também fala por si: o verde vem do chocolate feito com folha de cacau, o lilás do açaí e o marrom do premiado chocolate 70% cacau.
“Junto desses três chocolates há pedacinhos de cupuaçu desidratado e de nibs de cacau [pedaços de amêndoas de cacau]. É um ovo bem complexo, com textura densa, assim como o rio Madeira”, completou Luiza.
De acordo com Luiza, ações como essa vão além do sabor e da estética. Para ela, a iniciativa pode despertar um olhar mais atento para a importância da natureza e da cultura local.
“Podemos inspirar outros negócios e pessoas a valorizar as riquezas da nossa sociobiodiversidade e não há como rastrear este impacto, mas este certamente existe”, disse.
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Por que ovos e coelhos são símbolos da Páscoa?
Você já se perguntou o que o coelho e os ovos têm a ver com a Páscoa e a ressurreição de Jesus? A origem desses símbolos mistura lendas e tradições antigas.
Uma dessas versões, que tem sido disseminada ao longo dos séculos é a de que, Maria Madalena teria ido antes do amanhecer de domingo ao sepulcro de Jesus de Nazaré – crucificado, na sexta-feira – levando consigo material para ungir o corpo dele. Ao chegar ao local, teria visto a sepultura entreaberta.
Um coelho, que teria ficado preso no túmulo aberto na rocha, seria o primeiro ser vivo a testemunhar a ressurreição de Jesus. Por essa razão, ganhou o privilégio de anunciar a boa nova às crianças do mundo inteiro na manhã da Páscoa. É ele, portanto, o suposto portador do ovo de chocolate.
O ovo, por sua vez, é um símbolo de vida e renascimento. Povos da Antiguidade, como os romanos, propagavam a ideia de que o Universo teria a sugestiva forma oval. Na Idade Média, houve quem acreditasse que o mundo teria surgido dentro da casca de um ovo.
Logo, estabeleceu-se o hábito de presentear uns aos outros com ovos de galinha. Alguns historiadores especulam que essa tradição teria surgido entre os persas. Outros atribuem sua origem aos chineses.
“Muitos séculos antes do nascimento de Cristo, a troca de ovos no equinócio da primavera, comemorado no dia 21 de março no hemisfério Norte, era um costume que celebrava o fim do inverno”, explica o monsenhor André Sampaio Oliveira, doutor em Direito Canônico.
“Quando a Páscoa cristã começou a ser celebrada, o rito pagão de festejar a primavera foi integrado à Semana Santa. Os cristãos, então, passaram a ver no ovo um símbolo da ressurreição de Jesus.”
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