Cantora do Trio Esperança, Evinha tem voz amplificada por samples do rapper BK e single do DJ Alok com Watzgood


Evinha tem gravações de 1971 utilizadas em fonogramas do rapper BK e do DJ Alok
Divulgação
♫ ANÁLISE
♪ A voz de Evinha tem sido amplificada muito além do círculo de seguidores do Trio Esperança, grupo do qual a cantora carioca – residente em Paris desde meados da década de 1970 – faz parte desde os anos 1960. Tudo por conta da reutilização de duas gravações feitas pela artista para o álbum Cartão postal, lançado em 1971.
Na sexta-feira, 18 de abril, saiu single em que o DJ Alok reprocessa com batidas de house music a gravação de Esperar pra ver com Gabriel Ribeiro, DJ e produtor do duo Watzgood.
Objeto da releitura dos DJs, Esperar pra ver (Renato Corrêa e Guarabyra, 1971) é a música que o rapper BK sampleou – na mesma gravação de Evinha – em Cacos de vidro, uma das faixas mais cultuadas do quinto álbum de estúdio de BK, Diamantes, lágrimas e rostos para esquecer (2025), lançado em janeiro.
Neste mesmo disco, BK usou outra gravação de Evinha no álbum Cartão postal, Só quero (Dal, Tom e Lilito, 1971), em sample inserido na faixa Só quero ver.
O sucesso das faixas do álbum do rapper BK com samples de Evinha certamente influenciou a decisão de Alok remexer em Esperar para ver com Gabriel Ribeiro – ação que somente amplia a visibilidade do canto agudo de Evinha em um circuito musical frequentado por público jovem.
Não é por acaso que a cantora já está confirmada como uma das atrações da edição de 2025 do festival Rock The Mountain, programado para novembro, em Itaipava (RJ), município da serra fluminense.
Revelada em 1961 como integrante do afinado Trio Esperança, quando tinha dez anos, Evinha – cantora nascida em setembro de 1971 com o nome de Eva Côrrea José Maria – iniciou paralela carreira solo em 1969, ano em que evidenciou a doçura da Cantiga por Luciana (Edmundo Souto e Paulinho Tapajós) na quarta edição do Festival Internacional da Canção (FIC).
Na primeira metade da década de 1970, a cantora transitou pelo soul e pela MPB em álbuns como Eva (1970), Evinha (1973) e Eva (1974), além do já mencionado Cartão postal.
Ao partir para a França, onde se radicou em Paris e se casaria mais tarde como pianista e maestro francês Gérard Gambus, Evinha desacelerou a carreira no Brasil, mas nunca deixou de fazer shows eventuais no país natal em que vem sendo descoberta pela juventude graças a BK e, agora, a Alok.
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