Esperança em meio à tragédia: conheça o bebê de Roca Sales que nasceu no dia da enchente no RS


Em 2025, o menino Matteo completa um ano. Mães Renata e Luziele comemoram a vida do pequeno. Nascido durante as enchentes no RS, menino Matteo completa um ano
Para todo o Rio Grande do Sul, o dia 3 de maio de 2024 é sinônimo de lembrança da tragédia climática que atingiu o estado. No entanto, para Renata Aline dos Santos e Luziele Dias Josende, é também o dia do nascimento de seu filho, Matteo, em Roca Sales. Em 2025, o menino completa um ano.
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Contexto: Rio Grande do Sul foi atingido por uma enchente histórica em maio de 2024, que provocou danos em quase todos os municípios, devastou cidades da Região Metropolitana e Vale do Taquari, retirou milhares de casa e deixou 183 mortos, além de 27 desaparecidos. De todo o país, voluntários e doadores se mobilizaram para prestar ajuda aos atingidos.
“O Matteo vem como uma forma de esperança, escolheu nascer justo no dia 3. A gente percorreu trilho, percorreu água (…) Eu pensava ‘só Deus e os anjos aqui da terra’. Ele é alegria, ele é esperança”, afirma Luziele.
O nascimento de Matteo estava previsto para o dia 2 de maio. A família enfrentava a devastação em uma das cidades mais atingidas pela enchente. Quando a água começou a subir, elas buscaram refúgio na casa da irmã, em uma região mais alta do município. O plano era tentar chegar até a cidade vizinha, Encantado. Mas as duas foram surpreendidas pela rapidez com que a água subiu.
Na manhã do dia 2 elas acordaram ilhadas, e Renata entrou em trabalho de parto.
“Foi desesperador! A gente tentou achar formas pra me manter estável até pelo menos a água baixar, para depois a gente conseguir ir pro hospital”, relembra.
Sem ter onde buscar atendimento médico, Luziele saiu com a irmã em busca de ajuda para a esposa. Encontraram um grupo de voluntários, com bombeiros e enfermeiras, que passaram a monitorar a saúde da mãe e do filho.
“A cada uma hora tinha alguém lá. Durante o dia, na verdade, tinha uma pessoa, duas, três, todos os momentos estavam lá comigo. Voluntários de Bombeiros estavam lá. E da madrugada, então de uma em uma hora eles vinham lá me ver”, relembra Renata.
A água baixou poucos centímetros e o desafio era chegar a Encantado. Por quatro quilômetros e meio, Renata foi carregada por bombeiros e voluntários.
No hospital de Encantado, o desafio foi reunir uma equipe médico, já que os acessos da cidade estavam bloqueados. Após 27 horas em trabalho de parto, Matteo nasceu.
“Ainda tenho muitos bombeiros, muitos voluntários, que eu tenho em contato e a gente conversa. Pessoas que me ajudaram a me carregar nos trilhos que assim, muitos eu lembro. Então eu sempre agradeço. Muito obrigado. Se não fossem eles, o que ia ser?”, finaliza Renata.
Renata e Luziele, junto do pequeno Matteo
Reprodução/RBSTV
Um ano de alegrias e reconstrução
Voltando para casa, Renata e Luziele, junto do pequeno Matteo, precisaram contabilizar os prejuízos. Móveis e roupas foram perdidas. Os três passaram por abrigos, casas de familiares até poderem retornar ao lar.
As duas precisaram até mudar de casa e hoje moram de aluguel. Apesar das perdas, as mães do Matteo comemoram a saúde do pequeno.
“Saudável, arteiro, esperto. Maior alegria do mundo. Vai ser a história que vai ser contada pra ele. Anos e anos, ele vai ser sempre lembrado como um renascimento. Porque a gente podia ter perdido ele. Mas, graças a Deus, ele tá aí”, comemora Renata.
Um ano após a tragédia, a RBS TV apresenta o RBS.Doc sobre a tragédia. A reportagem conversou com pessoas afetadas, voluntários, moradores que perderam tudo e familiares de vítimas. Nos locais atingidos, encontrou exemplos de solidariedade e união, que fizeram com que o estado se reerguesse após a devastação.
Mães do Matteo comemoram o primeiro ano de vida do menino
Reprodução/RBSTV
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