Justiça aceita denúncia contra homem que manteve esposa em cárcere privado por 5 anos no Paraná


Além do cárcere, Jean Machado Ribas virou réu por lesão corporal, dano emocional, ameaças e descumprimento de medidas protetivas de urgência. g1 procurou a defesa de Jean, mas não teve resposta. Jean Machado Ribas, de 23 anos, é suspeito de manter a própria esposa em cárcere privado por cinco anos em Itaperuçu
PCPR
A Justiça aceitou a denúncia contra Jean Machado Ribas, de 23 anos, que se tornou réu por manter a própria esposa em cárcere privado por cinco anos em Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba. Relembre caso abaixo.
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Jean responde por cinco crimes, denunciados na segunda-feira (21) pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR). São eles:
Cárcere privado, qualificado por ser a vítima companheira dele;
Lesão corporal, qualificada por configurar situação de violência doméstica e familiar contra a mulher;
Dano emocional à companheira;
Ameaças;
Descumprimento de medidas protetivas de urgência.
No dia 14 de março, a vítima foi resgatada, junto com o filho de 4 anos, pela Polícia Militar (PM-PR), depois de enviar um e-mail com um pedido de socorro para a Casa da Mulher Brasileira.
Jean Machado Ribas está preso desde 16 de abril, quando se entregou à polícia após passar 29 dias foragido.
O g1 procurou a defesa de Jean, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem.
Segundo a denúncia do MP, antes de a vítima ser resgatada, Jean a agarrou pelo braço com força, o que causou um hematoma. Além disso, fez ameaças de morte à mulher, caso ela contasse a alguém o que estava acontecendo dentro de casa.
Ainda conforme a denúncia, Jean descumpriu a proibição de contato com a vítima, imposta pela medida protetiva de urgência, ao menos cinco vezes. Para isso, ele enviava mensagens por meio de redes sociais para ela.
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Vítima era monitorada por câmera
Quando foi resgatada, a vítima contou à polícia que Jean a vigiava por meio de uma câmera de segurança.
A mulher relatou ainda que Jean não a deixava contatar outras pessoas se ele não estivesse presente, e que o filho de 4 anos do casal também vivia preso dentro de casa e presenciava agressões que ela sofria.
A vítima afirmou que não tinha celular e só tinha acesso a um aparelho que era usado em conjunto com o homem. Disse, também, que foi amarrada e asfixiada pelo homem em diversas ocasiões.
Ainda conforme a mulher, os familiares sabiam da situação e eram coniventes com as agressões, acobertando o marido.
Cerca de 15 dias antes de enviar o e-mail para a Casa da Mulher Brasileira pedindo ajuda, a mulher havia tentado pedir ajuda deixando um bilhete de socorro em um posto de combustíveis.
“Me ajude. Sofro muita violência em casa”, dizia o papel.
Mulher também pediu socorro por meio de bilhete entregue em posto de combustíveis há 15 dias
PMPR
Na época, conforme a Polícia Militar, a corporação fez diligências na região indicada pelo bilhete, mas não encontrou a mulher, nem Jean.
Após ser resgatada, ela recebeu acolhimento.
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Prisão de Jean teve ‘desentendimento’ judicial
Após 29 dias foragido, suspeito de manter companheira em cárcere por 5 anos é preso no PR
No mesmo dia em que a mulher foi salva, Jean foi preso em flagrante. Porém, na manhã do dia 16 de março, foi solto após passar por uma audiência de custódia.
Na ocasião, o Ministério Público (MP-PR) se manifestou contra a prisão preventiva do homem, afirmando que o investigado não apresentava antecedentes criminais relevantes e que a medida protetiva vigente seria suficiente para preservar a integridade física e psicológica da vítima.
Porém, um dia depois, o órgão voltou atrás e solicitou a prisão preventiva do homem. Ao solicitá-la, a Promotoria de Justiça destacou a periculosidade do investigado e a necessidade da medida para a garantia da segurança da mulher e dos familiares.
O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR) aceitou o pedido e a Polícia Militar tentou cumprir o mandado de prisão, mas Jean não foi mais encontrado.
Após o vai e vem da Justiça, a prisão de Jean só aconteceu na metade de abril, após ele se entregar para a polícia em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.
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