O desgaste de Trump

O estilo de Donald Trump é o dos cowboys do velho oeste: durão, inflexível, auto-suficiente, impositivo e nunca recua. Se apoia em suas habilidades e seu alto poder de fogo, sua suposta letalidade.

Bom, ninguém em sã consciência pode negar o poder norte-americano. Maior economia do mundo, maior forças armadas do mundo, uma das sociedades mais desenvolvidas…estamos diante de um gigante em todos os campos, é fato.

Contudo, gigantes também tem seus flancos, seus pontos vulneráveis. E, talvez, a decantada bravata de Trump esteja exatamente mostrando ao mundo as suas limitações. Os EUA podem intimidar e constranger outros países, alguns até grandes e desenvolvidos como o Canadá.

Ameaçar a China, porém, são outros 500. E o presidente norte-americano está descobrindo isso na prática, está sentindo na própria pele que nem todos os países tremem quando escutam um murro na mesa. Os chineses mandaram recentemente um recado claro: “estamos no mundo há 5000 anos. Sabemos lidar com nossos problemas”.

Enquanto isso, Trump começa a ter problemas em âmbito interno. Já há um receio concreto de desabastecimento, fruto direto da política atual de tarifaços. Não há similaridade de todos os produtos indústria norte-americana e, sendo inviável importar, fica-se sem o produto.

O povo até entendeu e deu um voto de confiança ao John Wayne que Trump incorporou. As pessoas entenderam que ele quis falar grosso para negociar, que ele, afinal, blefou. Mas essa postura de compreensão tem prazo de validade e dá mostras de que pode mudar e mudar bem rápido.

Não dá para sustentar indefinidamente queda do dólar no mundo e queda no mercado de ações em âmbito interno. Isso pode gerar uma corrosão grande na economia norte-americana. Assim, a ampulheta já foi virada para Trump. Se sua postura trouxer algum resultado bom, ok. Caso contrário…o velho cowboy terá graves problemas pela frente.