Trump diz que tarifas podem até zerar imposto de renda de americanos


Presidente norte-americano publicou afirmação em seu perfil no Truth Social, sem dar mais detalhes ou explicações. O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma reunião de gabinete na Casa Branca
REUTERS/Nathan Howard
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que as tarifas de importação impostas a diversos parceiros comerciais do país podem reduzir ou “até eliminar completamente” o imposto de renda dos consumidores norte-americanos.
“Quando as tarifas entrarem em vigor, o imposto de renda de muitas pessoas será substancialmente reduzido, talvez até completamente eliminado. O foco será em pessoas que ganham menos de US$ 200 mil por ano”, afirmou o republicano em uma publicação feita no seu perfil no Truth Social.
“Além disso, um número expressivo de empregos já está sendo criado, com novas fábricas e plantas sendo construídas ou planejadas”, completou Trump na publicação. O presidente norte-americano, no entanto, não deu nenhuma explicação ou detalhe adicional.
Postagem de Trump sobre efeito das tarifas no imposto de renda de americanos.
Reprodução/ Redes sociais
Trump tem defendido a ideia de que a imposição de tarifas de importação mais altas para outros países deve aumentar a receita dos EUA de forma significativa, abrindo espaço para que o governo norte-americano diminuísse o imposto de renda cobrado de pessoas físicas.
O argumento do republicano é que a medida devolveria o poder de compra dos consumidores norte-americanos e estimularia a economia dos Estados Unidos.
Vale destacar, no entanto, que economistas e especialistas já refutaram esse argumento em outras ocasiões, uma vez que há temores de que as tarifas impostas pelo governo norte-americano aumentem os preços dos produtos e insumos que chegam ao país.
Esse cenário, por sua vez, pode elevar a inflação ao consumidor norte-americano — e, consequentemente, levar o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) a trazer um novo ciclo de altas de juros por lá.
Isso tende a trazer uma desaceleração econômica para o país e, nesse caso, apagaria grande parte dos efeitos de uma eventual redução ou isenção do imposto de renda.
Tarifaço e a guerra comercial de Trump
Depois de ter anunciado os detalhes das chamadas “tarifas recíprocas”, no início de abril, Trump voltou sua ofensiva principalmente para a China — um dos três maiores parceiros comerciais dos EUA.
Segundo Carlos Frederico Coelho, professor de Relações Internacionais da PUC-RJ e da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, especialista consultado pela GloboNews, os EUA estão “praticamente assegurando a contratação de uma inflação global” com a imposição das tarifas de importação, o que tem gerado preocupação mundo afora.
“O Brasil não foi um dos mais prejudicados, primeiramente. A maior concentração é em relação à China”, disse Coelho.
O gigante asiático respondeu às ofensivas de Trump com novas taxas de importação para produtos norte-americanos, o que escalou as tensões entre os dois países.
Em meados de abril, um comunicado oficial no site da Casa Branca informou que a China encararia tarifas de até 245% como resultado das ações retaliatórias do país — dias antes, o governo chinês havia elevado as tarifas sobre os EUA de 84% para 125%.
O documento não explicava como os EUA chegaram ao cálculo, mas foi atualizado para esclarecer que as taxas seriam aplicadas sobre produtos específicos.
Sinalizações recentes dos dois líderes, no entanto, alimentaram esperanças de um arrefecimento das tensões comerciais. Na última semana, por exemplo, Trump afirmou que a China entrou em contato com os EUA para falar sobre tarifas e indicou estar aberto a um acordo com o país asiático.
E apesar de o governo chinês ter refutado a afirmação dos EUA, negando que houvesse qualquer conversa nesse sentido e reiterando que os EUA deveriam “parar de criar confusão”, investidores ficaram esperançosos após grupos empresariais terem informado à Reuters que o país asiático teria suspendido as tarifas de alguns produtos importados.
Já em relação às taxas impostas aos demais parceiros comerciais dos Estados Unidos, Trump também fez afirmações recentes indicando “uma série” de acordos comerciais que devem ser anunciados em breve. O republicano, no entanto, também não deu mais detalhes.
Trump afirma que tarifas sobre produtos da China vão diminuir substancialmente
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