Facção comprou barco para fuga de detentos em Mossoró, revela investigação

Fugitivos de Mossoró após captura, imagem é montagem de duas fotos, uma de um detento e outra de outro

Fugitivos de Mossoró após captura – Foto: Reprodução/ND

A investigação que apurou a fuga de dois detentos do Presídio Federal de Mossoró (RN), em fevereiro de 2024 concluiu como o PCC ajudou os homens a ficarem mais de 50 foragidos antes da prisão. Conforme a polícia, a facção carioca ajudou os fugitivos de Mossoró durante os 50 dias em que ficaram foragidos.

Uma reportagem do Domingo Espetacular divulgou com exclusividade vídeos e áudios obtidos pela polícia durante a fuga.

Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, ambos naturais do estado do Acre, conseguiram escapar da Penitenciária Federal em Mossoró no dia 14 de fevereiro, por meio de uma abertura no teto da cela destinada ao “banho de sol”.

Agentes penitenciários descobriram que os detentos não estavam na cela quando estavam dando o café da manhã. Os fugitivos de Mossoró andaram sozinhos por três dias em regiões de mata fechada. No terceiro dia, fizeram uma família de refém, roubaram celulares e contataram a facção.

A investigação aponta que eles foram resgatados pelo PCC e levados para um sítio em uma cidade de área rural do Rio Grande do Norte, onde ficaram escondidos por oito dias. O dono do sítio, que chegou a ser preso por suspeita de ajudar a esconder os fugitivos de Mossoró. Um vídeo (assista abaixo) mostra os detentos circulando pela propriedade.

Alta cúpula do PCC mandou fugitivos de Mossoró para Bolívia

Segundo a investigação, a facção participou do plano de fuga da prisão de segurança máxima e ajudou na fuga dos detentos durante os 50 dias em que eles estiveram foragidos. A polícia teve acesso a áudios que detalharam o percurso dos fugitivos.

Um dos principais suspeitos de organizar a fuga é João Carlos de Almeida Bezerra, conhecido como o JC. Ele é apontado pela polícia como um dos líderes do PCC e está foragido. JC é suspeito de comandar a venda de armas do Rio de Janeiro para o Rio Grande do Norte.

De acordo com a polícia, a alta cúpula do PCC decidiu que os fugitivos de Mossoró se esconderiam na Bolívia, e não no Rio de Janeiro, de onde as ordens eram enviadas.

JC está foragido e é apontado como um dos mandantes da fuga dos detentos - Record TV/Reprodução/ND

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JC está foragido e é apontado como um dos mandantes da fuga dos detentos – Record TV/Reprodução/ND

Vídeo mostra fugitivos de Mossoró circulando por sítio onde ficaram escondidos por oito dias - Record TV/Reprodução/ND

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Vídeo mostra fugitivos de Mossoró circulando por sítio onde ficaram escondidos por oito dias – Record TV/Reprodução/ND

João Carlos de Almeida, conhecido como JC, estaria esquematizando fuga diretamente do Rio de Janeiro - Record TV/Reprodução/ND

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João Carlos de Almeida, conhecido como JC, estaria esquematizando fuga diretamente do Rio de Janeiro – Record TV/Reprodução/ND

Imagens mostram momento em que agentes percebem que detentos fugiram - Record TV/Reprodução/ND

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Imagens mostram momento em que agentes percebem que detentos fugiram – Record TV/Reprodução/ND

Com as ordens, os detentos foram de carro do Rio Grande do Norte até o Ceará, de onde saíram de barco por alto mar até o Pará. A polícia encontrou comprovantes de transferências de R$ 15 mil e R$ 5 mil para os fugitivos de Mossoró, além da compra do barco pesqueiro para a fuga, no valor de R$ 70 mil.

Após desembarcarem no Pará, os detentos iam de carro para o interior do estado, para continuar a fuga para a Bolívia. No entanto, em 4 de abril, os dois foram presos na cidade de Marabá, no Pará. Atualmente, Deibson e Rogério estão presos em um presídio de segurança máxima em Brasília.

Ouça áudios e assista vídeos exclusivos sobre a fuga dos detentos de Mossoró

Relembre como fugitivos de Mossoró escaparam de prisão de segurança máxima

Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça conseguiram escapar da Penitenciária Federal em Mossoró no dia 14 de fevereiro, por meio de uma abertura no teto da cela destinada ao “banho de sol”.

Após atravessar a abertura, os fugitivos de Mossoró escalaram o shaft — vão interno para passagem de tubulações e instalações elétricas — até o teto, onde quebraram uma grade metálica e chegaram ao telhado da prisão. De lá, foram até a cerca, abriram uma saída e correram pela área de mata.

O caso foi a primeira fuga registrada desde 2006, quando foi criado o Sistema Penitenciário Federal no Brasil.

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