Cardeal condenado desiste do conclave, segundo imprensa italiana

O cardeal Giovanni Angelo Beacciu durante cerimônia fúnebre do papa Francisco, na basílica de São Pedro, no Vaticano, em 23 de abril de 2025TIZIANA FABI

Tiziana FABI

Um cardeal italiano condenado por peculato e destituído de seus privilégios pelo papa Francisco decidiu não participar do conclave que elegerá o novo pontífice após fazer pressão para ser admitido, noticiou a imprensa local nesta segunda-feira (28).

Angelo Becciu, de 76 anos, já foi uma das figuras mais poderosas do Vaticano, assessor de Francisco e foi inclusive considerado candidato papável até que um obscuro negócio imobiliário em Londres o levou perante a justiça.

Ele era então prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. O papa o forçou a renunciar e retirou seus privilégios em 2020, três anos antes de ele ser condenado a mais de cinco anos de prisão por crimes financeiros.

Becciu insistiu em que poderia participar do conclave que começa em 7 de maio, apesar de não estar na lista oficial de eleitores.

O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado de Francisco durante anos, entregou a Becciu dois documentos assinados pelo pontífice argentino confirmando que ele não poderia participar.

A primeira carta era datada de 2023 e a outra do mês passado, de acordo com o jornal Domani.

Parolin teria apresentado os documentos aos cardeais reunidos anteriormente para preparar o terreno para o conclave.

Becciu foi o número dois da secretaria de Estado entre 2011 e 2018, cinco anos na gestão de Parolin, considerado por muitos o principal candidato ao papado.

A queda de Becciu ocorreu em meio a uma série de reformas promovidas por Francisco com o objetivo de sanear as finanças do Vaticano, notoriamente obscuras.

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