O que são ‘terras raras’, áreas com minerais cobiçados e alvo de um acordo entre EUA e Ucrânia

Recursos como titânio, urânio e lítio são considerados estratégicos por potências globais. Acordo garante aos EUA acesso à exploração desses minerais na Ucrânia. Os Estados Unidos e a Ucrânia anunciaram que assinaram um acordo para a exploração de “terras raras”, nesta quarta-feira (30). Essas áreas, que estão no solo ucraniano, são valiosas e representam um grande interesse do presidente americano, Donald Trump.
Entre os elementos que estão presentes nas “terras raras” da Ucrânia estão ferro, manganês, urânio, titânio, lítio, minérios de zircônio, além de carvão, gás e petróleo. Esses elementos são essenciais para a fabricação de baterias, equipamentos médicos, armas e componentes da indústria aeroespacial.
Boa parte das reservas destes minérios está no leste da Ucrânia, em regiões como Donetsk, Luhansk e Dnipropetrovsk. Essas áreas foram fortemente afetadas pela invasão russa que desencadeou uma guerra entre os dois países, em 2022.
Esses recursos representam quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia e dois terços das exportações do país. Os minérios também são cobiçados por grandes grupos industriais, especialmente para fabricar componentes elétricos, como os usados em smartphones.
O acordo para a exploração das terras raras é visto como um passo estratégico dos EUA para reduzir a dependência de importações da China, que hoje fornece 80% dos minerais usados pela indústria americana.
O que diz o acordo
O acordo prevê a criação de um fundo conjunto entre Estados Unidos e Ucrânia para financiar projetos de reconstrução. Esse fundo será abastecido com 50% dos lucros e royalties que o governo ucraniano receber de novas permissões para exploração de recursos naturais no país.
Apenas a ajuda militar concedida após a assinatura do pacto contará na cota americana. A assistência prestada antes do acordo não será considerada.
Segundo o rascunho do tratado obtido pela agência Reuters, os EUA terão acesso preferencial a novos contratos de exploração de recursos naturais ucranianos, mas não receberão automaticamente parte das jazidas de minérios nem da infraestrutura de gás do país.
O texto final também não entra em conflito com o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia — ponto considerado essencial por Kiev.
O tratado tem validade de 10 anos.
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