Campinas dobra atendimentos por sintomas respiratórios em quatro meses


Foram 11.631 registros em janeiro, contra 22.994 até o dia 28 de abril. Por conta da demanda, todos os centros de saúde da metrópole abriram nesta sexta. Atendimentos de pacientes com sintomas respiratórios cresce 97% em hospitais de Campinas
Em quatro meses, o número de atendimentos por sintomas respiratórios dobrou na rede pública de saúde em Campinas (SP). Foram 11.631 registros em janeiro, contra 22.994 até o dia 28 de abril, levando a um aumento de 97%, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Por conta da pressão sobre as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais, nesta sexta-feira (2), ponto facultativo, todos os centros de saúde da cidade abriram as portas. Parte das unidades também vai funcionar no sábado (3), das 7h às 13h. Veja detalhes abaixo.
A ideia é desafogar os prontos-socorros, que têm recebido pacientes em estado mais grave. Por isso, a recomendação da prefeitura é que quem estiver com sintomas leves procure as Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Sazonalidade do vírus
João de Jesus, médico pneumologista do Hospital Vera Cruz, explica que essa alta é esperada devido à sazonalidade das infecções virais e ao aumento da poluição e ácaros no ar, comuns durante a estação seca.
“O que cria essas condições é a alteração da qualidade do ar, que gera um processo inflamatório, irritação nas nossas vias aéreas, no nariz, na garganta, nos brônquios, que é o aumento da poluição, em vista da menor curva térmica, da temperatura atmosférica, a poluição se dissemina menos, então ela fica mais concentrada”, afirma.
Ainda de acordo com o especialista, o período também é o ideal para a imunização contra a gripe justamente porque a vacina oferece proteção durante quatro a seis meses.
“Quem vacinou ano passado, não vale mais, tem que vacinar de novo para ter uma proteção. Então é importante a gente ter essa ação, gastar energia nesse sentido, porque você pode salvar a vida, talvez, de um vovô, de um bebê, que você não tenha noção”, orienta.
Salas de espera lotadas
No Hospital Ouro Verde, por exemplo, a sala de espera do pronto-socorro estava cheia de pacientes com sintomas gripais na noite de quinta-feira (1º). Entre os casos, havia pessoas esperando há mais de 24 horas para atendimento, como o segurança Alessandro Aparecido Rocha.
“Falou que não acha a minha ficha, está ruim demais. [Passei a noite] Aqui, deitado nos bancos aí, pneumonia, ruim, tossindo, falta de ar”, lamenta o paciente.
A reportagem questionou a prefeitura sobre os problemas relatados, especialmente no Hospital Ouro Verde. Em resposta, a assessoria informou que a equipe do pronto-socorro está completa e realizando todos os procedimentos necessários para o atendimento dos pacientes.
Quanto à reclamação do paciente Alessandro, a administração municipal informou que está apurando o ocorrido.
Sala de espera do Hospital Ouro Verde, em Campinas
Reprodução/EPTV
Funcionamento dos centros de saúde
Além do ponto facultativo desta sexta-feira, os centros de saúde de Campinas funcionarão no sábado (3), das 7h às 13h, para continuar atendendo a demanda crescente de pacientes.
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