O lado sombrio da carreira: por que essas profissões atraem tantos psicopatas

Pessoa vestida de médico sorrindo com seringa na mão as profissões com mais psicopatas

Cirurgiões, jornalistas e advogados; saiba quais são as profissões com mais psicopatas – Foto: Canva/ND

Jornalistas, CEOs e advogados: profissões comuns, mas que carregam grande visibilidade e prestígio. O que poucos imaginam é o lado obscuro dessas carreiras. Um estudo do psicólogo britânico Kevin Dutton revelou que algumas profissões atraem, em maior número, pessoas psicopatas.

Mas, como assim profissões com mais psicopatas? O levantamento, publicado no livro “A Sabedoria dos Psicopatas: Tudo o que os Assassinos em Série Podem Nos Ensinar Sobre a Vida”, aponta que nem todo psicopata comete crimes, a maioria procura cargos elevados para exercer controle.

Por que existem profissões com mais psicopatas?

A pesquisa ganhou repercussão após a psicóloga e criminóloga espanhola conhecida como “Huella Del Delito” compartilhar, em vídeo no TikTok, o ranking das dez profissões com mais psicopatas.

Ela destacou que pessoas com níveis de psicopatia costumam se sentir mais confortáveis em lugares com poder, estabilidade e hierarquia rígida.

Segundo ela, essas características explicam, por exemplo, a escolha de carreiras como o funcionalismo público, que ocupa a décima posição da lista.

Psicopatia funcional no ambiente de trabalho

Pessoa apertando mão de outra em cima de mesa

Entre as 10 profissões com mais psicopatas, também se destacaram os cozinheiros e funcionários públicos – Foto: Canva/ND

Entre as profissões listadas estão cozinheiros (por sua habilidade em ambientes caóticos), líderes religiosos (que exercem poder espiritual e social), policial (pela autoridade sobre outros cidadãos), e jornalistas.

Nesse último caso, que pode deixar muitos chocados, Dutton sugere que a ausência de escrúpulos pode, na verdade, facilitar o trabalho investigativo dos jornalistas — especialmente em situações que exigem frieza, distanciamento emocional e até a habilidade de manipular informações.

Além disso, o ranking ainda inclui cirurgiões, cuja falta de empatia, segundo o autor pode ser uma vantagem em decisões clínicas difíceis. Comerciantes também estão na lista, graças à habilidade de manipular e encantar clientes.

No topo do levantamento estão os profissionais da mídia, que trabalham em rádio e televisão, advogado e executivos de alto escalão (CEO’s), funções que concentram poder, prestígio e impacto direto na vida de outras pessoas.

As 10 profissões com mais psicopatas

  1. CEO (diretor executivo)
  2. Advogado
  3. Profissional de mídia (TV e rádio)
  4. Vendedor
  5. Cirurgião
  6. Jornalista
  7. Policial
  8. Líder religioso
  9. Chef de cozinha
  10. Funcionário público

O que diz a ciência?

De acordo com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a psicopatia está relacionada a um conjunto de traços de personalidade ligadas ao Transtorno de Personalidade Antissocial, devido a ausência de empatia, impulsividade e comportamento manipulativo.

Embora seja comum associar esses traços ao padrão comportamental, Dutton destaca que apenas 1% e 3% da população possui essas características e que grande parte dessas pessoas leva uma vida profissional dentro da legalidade.

Além disso, um artigo publicado pelo Journal of Forensic Psychiatry & Psychology confirma a presença de psicopatas funcionais no ambiente corporativo, especialmente em cargos de liderança.

“Eles tendem a ser carismáticos, confiantes e estrategistas, o que favorece seu crescimento, mesmo que seus comportamentos gerem ambientes tóxicos ou antiéticos”, diz o artigo.

Homem gritando com mulher em ambiente de trabalho

Em alguns momentos, seus comportamentos tendem a se transformar em tóxicos e antiéticos – Foto: Canva/ND

Debate nas redes sociais sobre as profissões com mais psicopatas

O vídeo de Huella Delito gerou amplo debate nas redes sociais com comentários como: “Muitos dos meus colegas advogados estão à beira da psicopatia”, ou “Faltou colocar políticos na lista”.

Apesar disso, a psicóloga social Ana Maria Teixeira, da USP (Universidade de São Paulo), aponta que a psicologia adaptada ao ambiente de trabalho é um fenômeno real.

“Precisamos de ambientes corporativos com mais inteligência emocional e ética para suavizar seus efeitos nocivos”, aponta.

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