‘Muito constrangedor’, diz ex-deputada cadeirante após ser impedida de pegar avião por causa de almofada ortopédica


Comissária informou que, sem um documento autorizando o uso da almofada, passageira não poderia seguir viagem. Célia Leão e o marido foram obrigados a desembarcar. ‘Muito constrangedor’, diz ex-deputada cadeirante após ser impedida de pegar avião
A ex-deputada estadual de São Paulo e atual secretária de Assistência Social de Valinhos (SP), Célia Leão, classificou como “muito constrangedor” e “inaceitável” o episódio em que foi impedida de embarcar em um voo da Gol de Buenos Aires para Guarulhos (SP), na quinta-feira (1º), por estar usando uma almofada ortopédica.
“Foi muito constrangedor, foi muito triste. Eu fico abismada que em 2025 a gente ainda tenha uma empresa como a Gol, que não tenha tido acessibilidade, o respeito, o compromisso com os direitos que estão na legislação do Brasil todo, aliás, do mundo todo”, declarou ela, em vídeo gravado no aeroporto argentino.
O voo estava previsto para as 13h40. Segundo Célia, ela embarcou normalmente, sentou no assento e colocou o cinto de segurança. Mas, ao posicionar a almofada ortopédica, uma comissária de bordo informou que o item não poderia ser utilizado por “questões de segurança”.
A almofada, segundo a secretária de Assistência Social, é essencial para que possa permanecer sentada, já que a musculatura dela não permite contato direto com a poltrona.
“Eu chamei o comandante, pedi, quase que implorei e ele não saiu da sua cabine, a minha poltrona estava a 3 metros da cabine dele, para explicar para ele que eu não podia voar 3 horas, de Buenos Aires até São Paulo, sem estar sentada na almofada”, detalha a ex-deputada estadual.
Ainda de acordo com Célia, a comissária informou que, sem um documento autorizando o uso da almofada, ela não poderia seguir viagem. O voo atrasou 50 minutos, até que ela e o marido foram obrigados a desembarcar.
“Me parece que essa tripulação, ou pelo menos essa aeromoça e esse comandante, não tiveram esse respeito e não entenderam o que é legislação, o que é direito garantido e o que é respeito. Lamento profundamente e penso que essas coisas têm que ser divulgadas, sim, para que a sociedade conheça os seus direitos e para que a sociedade não aceite, porque quando uma pessoa não tem o seu direito adquirido, isso reverbera por toda a sociedade, não é só uma pessoa”, complementa.
Célia Leão, ex-deputada estadual e secretária de Assistência Social de Valinhos
Célia Leão/Arquivo pessoal
O que diz a Gol
“A GOL informa que, no voo G3 7665 de quinta-feira, 01/05, entre Buenos Aires/Aeroparque (AEP) e São Paulo/Guarulhos (GRU), uma Cliente com necessidades de atendimento especial não pôde embarcar devido à ausência prévia de formulário MEDIF e ao uso de um item de apoio no assento que, segundo avaliação da tripulação e com base nos protocolos da ANAC, não estava autorizado para utilização a bordo, podendo representar risco à segurança da passageira. A Companhia lamenta os transtornos causados à Cliente e ao seu acompanhante e reforça que prestou toda a assistência necessária no momento do desembarque.
Após nova avaliação do caso, com o envio do MEDIF e liberação médica, o embarque foi autorizado para esta sexta-feira, 02/05, às 18h20 (hora local), com todas as condições seguras e adequadas.
A GOL reafirma seu compromisso com a Segurança — valor número 1 da Companhia — e com o respeito às necessidades individuais de seus Clientes, trabalhando continuamente para aprimorar seus processos de atendimento.”
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