KLM cancela voos longos após problemas técnicos em Boeing 787

Companhia holandesa KLMDivulgação

A companhia aérea holandesa KLM cancelou neste domingo (4) dois voos de longa distância — para Xangai e Los Angeles — após suspender sete de seus Boeing 787 por problemas técnicos detectados durante manutenção, segundo informou a agência holandesa ANP. No sábado, outros três voos para o México e os Estados Unidos já haviam sido interrompidos.

A decisão foi tomada após a identificação de falhas em um componente do sistema de reabastecimento das aeronaves, que são fabricadas pela norte-americana Boeing. Atualmente, a KLM conta com uma frota de 228 aviões, sendo 24 modelos 787, utilizados principalmente em rotas internacionais de longa duração.

Denúncias contra a Boeing

O episódio acontece em meio a investigações federais nos Estados Unidos contra a Boeing, iniciadas em 2024, após denúncias feitas pelo engenheiro Sam Salehpour. Ele acusa a fabricante de ter adotado “atalhos” no processo de produção dos modelos 777 e 787 Dreamliner, o que, segundo ele, poderia gerar riscos catastróficos à medida que os aviões envelhecem.

Salehpour formalizou uma queixa junto à Administração Federal de Aviação (FAA) em janeiro. A denúncia, no entanto, não inclui o modelo 737 Max, cuja produção já havia sido suspensa anteriormente por causa de outros incidentes.

Em entrevista recente, Salehpour afirmou: “Não faço isso porque quero que a Boeing falhe, mas porque quero que ela tenha sucesso e evite acidentes. A verdade é que a Boeing não pode continuar do jeito que está.”

Investigações e resposta da Boeing

A FAA confirmou que está interrogando Salehpour como parte das investigações e reforçou a importância dos relatórios voluntários para garantir a segurança na aviação: “Encorajamos fortemente todos na indústria a compartilhar informações sem medo de represálias.”

Um comitê do Senado americano também deve discutir as preocupações envolvendo a Boeing em uma audiência prevista para a próxima semana.

A Boeing, até o momento, não comentou as acusações relacionadas ao modelo 777, mas refutou as preocupações levantadas por Salehpour sobre o 787.

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