Selic: nova taxa básica de juros pode atingir maior nível em 19 anos

Mercado espera última alta da Selic em 2025: 14,75% ao ano – Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Os diretores do Banco Central vão se reunir nesta terça (6) e quarta-feira (7) para decidir se a taxa básica de juros da economia, a Selic, vai subir mais uma vez. O mercado espera que a taxa aumente 0,5 ponto percentual, chegando a 14,75% ao ano. Se isso acontecer, será o maior valor desde julho de 2006.

No último encontro, o Copom (Comitê de Política Monetária) já tinha elevado a Selic de 13,25% para 14,25% e avisado que poderia haver mais um aumento, mas menor. O grupo também disse que, a partir de maio, as decisões sobre juros vão depender de como a inflação se comportar e da situação econômica.

Além disso, reforçou que, a partir de maio, o tamanho total do ciclo será ditado pelo seu “firme compromisso de convergência da inflação à meta” e dependerá da evolução do cenário. Por isso, é aguardado o novo comunicado do colegiado para entender se o ciclo de altas de juros chegou ao fim.

“Acreditamos que o Copom elevará a taxa Selic em 0,5 ponto percentual na reunião de maio, deixando em aberto os próximos passos da política monetária. Discursos recentes de diretores do Banco Central apontam um tom mais cauteloso”, afirma a equipe de economistas do C6 Bank, em nota.

Mercado espera última alta da Selic em 2025: 14,75% ao ano – Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central

Segundo os analistas do banco, os indicadores mostram poucas mudanças para o cenário de inflação, apesar do aumento da incerteza do cenário externo. As expectativas de inflação continuaram elevadas e acima da meta estabelecida. As informações são do R7.

O IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) de abril será divulgado nesta sexta-feira (9), pelo IBGE. No entanto, a prévia da inflação, o IPCA-15, mostrou uma desaceleração, com acumulado de 5,49% em 12 meses. Muito longe da meta do Banco Central, de 3% ao ano.

“Na nossa visão, o ciclo de ajuste da Selic deve seguir até junho, quando os juros alcançarão 15%. Não descartamos, no entanto, a possibilidade de a taxa ser menor, dadas as incertezas no cenário externo. Projetamos que a Selic se mantenha nesse patamar até o fim de 2026″, acrescenta a nota do C6 Bank.

Ciclo de alta

Para Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, a taxa pode ser elevada em até 0,75 ponto percentual nesta reunião, com possibilidade de uma alta menor de 0,50. “O Copom deve continuar com o ciclo de altas de juros, como sinalizado na reunião anterior. Em 2025, a taxa Selic deve encerrar o ciclo em 15,25% ao ano”, projeta o economista.

O Itaú, em relatório de revisão de cenário com as perspectivas mais recentes, mantém projeção de fim de ciclo de política monetária em 15,25% ao ano, na reunião de junho, patamar que deve ser mantido até o final do ano.

“Esperamos duas altas de 0,50 ponto percentual, nas próximas duas reuniões, mas com menor convicção sobre a segunda – cuja implementação depende da evolução do cenário internacional e seu impacto sobre a taxa de câmbio e os preços de commodities”, conclui.

O que é taxa Selic

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. No entanto, taxas maiores dificultam o crescimento econômico.

A Selic é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

Selic

A taxa Selic é um instrumento do Banco Central – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

É a taxa Selic que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo em empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

Histórico

O novo ciclo de alta da Selic começou em setembro do ano passado. Em novembro, a elevação foi de 0,50, passando para 11,25%, e chegou a 12,25% ao ano em dezembro, com alta de 1 ponto percentual. Em janeiro deste ano, houve outra alta de 1 ponto percentual, e a taxa chegou a 13,25% ao ano. No último encontro do Copom, em março, mais um ponto percentual de aumento, elevando a taxa a 14,25%.

Com informações de R7

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