58 tartarugas resgatadas do tráfico de animais em São Paulo são soltas no Rio Grande do Sul


Tartaruga-tigre repatriada de São Paulo para o Rio Grande do Sul
Divulgação/Cetras-SP
Um grupo de 58 tartarugas resgatadas do tráfico de animais em São Paulo foi levado para o Rio Grande do Sul. Os animais foram soltos no Lago Guaíba, em Guaíba (RS), seu habitat natural.
A repatriação das tartarugas da espécie tigres-d’água (Trachemys dorbigni) foi feita na terça-feira (6) pelo Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres de São Paulo (Cetras-SP), da Secretaria de Meio Ambiente do estado de São Paulo.
As tartarugas-tigre, como são popularmente conhecidas, são a segunda espécie de réptil mais recebida no Cetras-SP, quase sempre vítimas do comércio ilegal de fauna silvestre.
Os animais foram transportados com apoio da Polícia Rodoviária Federal e recebidas pela Divisão de Fauna da Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul.
A maioria tinha sido entregue voluntariamente por pessoas que os adquiriram de forma ilegal.
Esses animais chegam ao centro porque foram comprados ainda filhotes, muitas vezes do tamanho de uma moeda. As pessoas não têm consciência de que eles crescem, exigem manejo específico e podem viver por décadas. Quando se tornam adultos, muitos acabam sendo abandonados ou entregues voluntariamente.
Espécie típica do extremo sul do Brasil, o tigre-d’água compete com espécies nativas quando solto em parques urbanos fora de sua área de ocorrência, podendo causar desequilíbrios ecológicos. Além disso, a soltura irregular é crime ambiental.
A repatriação dos animais tem como objetivo fortalecer populações locais e preservar o equilíbrio dos ecossistemas em sua região de origem. A operação faz parte de uma rede de colaboração entre órgãos ambientais e de segurança pública, que viabilizam o transporte seguro e o monitoramento da soltura.
O tráfico de fauna representa um desafio crescente. Somente em 2024, quase metade dos 8.683 animais recebidos pelo Cetras-SP foi vítima desse tipo de crime ambiental — um total de 4.197 animais, média de 12 por dia. Dos reabilitados em 2024, mais de 74% já retornaram à natureza. Os demais, com sequelas permanentes, foram encaminhados a instituições de apoio.
Fundado em 1986 e localizado no Parque Ecológico do Tietê, na zona leste da capital, o Cetras-SP tem como missão reabilitar e reintegrar animais silvestres vítimas de tráfico, acidentes ou maus-tratos. Cada animal passa por triagens clínicas, com protocolos específicos de alimentação, fisioterapia e estímulos comportamentais. Apesar dos esforços da equipe, o número crescente de casos e a gravidade das ocorrências impõem desafios contínuos.
O Cetras-SP integra a Diretoria de Biodiversidade e Biotecnologia da Semil e é uma das principais estruturas do país dedicadas à recepção, recuperação e destinação adequada de animais silvestres.
Tartaruga-tigre repatriada de São Paulo para o Rio Grande do Sul
Reprodução/Cetras-SP
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