Depois da Rússia, Lula vai à China e intensifica aposta brasileira em aproximação com o Brics


Cúpula do grupo será realizada no Brasil em julho; bloco está em expansão com entrada de países emergentes como Indonésia, Arabia Saudita e Etiópia. Após visitar a Rússia a convite do presidente Vladimir Putin, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue para a China, em uma agenda que reforça o foco do governo brasileiro no Brics, cuja sede da cúpula em 2025 será o Brasil.
Lula encontra Putin na Rússia.
Ricardo Stuckert/ Presidência da República
🔎O Brics é um grupo formado pelas chamadas economias emergentes, composto por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul.
Na Rússia, Lula se reuniu com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e também irá se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim.
Durante a presidência rotativa do Brics em 2025, o Brasil tem promovido iniciativas voltadas à governança global, incluindo propostas para a regulação da inteligência artificial e o fortalecimento de instituições multilaterais como a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nesse contexto, o Brics busca ampliar sua influência com o convite para que novas nações emergentes façam parte do grupo.
A Cúpula do Brics será realizado em julho, na cidade do Rio de Janeiro. O evento reunirá líderes dos países membros do grupo e nações parceiras. Sob a presidência rotativa do Brasil, a cúpula terá como foco a reforma da governança global e o aprofundamento de parcerias estratégicas.
Em solo russo, a agenda de Lula incluiu a participação na cerimônia do 80º aniversário do Dia da Vitória, evento que marca a derrota do regime nazista na Segunda Guerra Mundial. O movimento foi apontado por analistas como mensagem ruim para a democracia.
Lula faz reunião com Putin, defende relação com a Rússia e critica tarifaço de Trump
Na China, Lula participa de encontro entre representantes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e o presidente chinês Xi Jinping.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil, e o governo brasileiro avalia que há espaço para ampliar as exportações para o país asiático.
Trump e China e Rússia e Ucrânia
Segundo o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, o Brasil manterá postura de neutralidade ativa em relação ao conflito na Ucrânia, defendendo o respeito ao direito internacional e a busca por uma solução pacífica.
“Temos interlocução com todas as partes, inclusive com a Ucrânia. O Brasil conversa com todo mundo”, afirmou Saboia.
EUA e China anunciam reunião na Suíça para tratar de tarifas
Sobre a guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o secretário afirmou que apesar de a China ser o principal destino das exportações brasileiras, superando União Europeia e Estados Unidos, a relação com os chineses não representa um afastamento dos Estados Unidos.
“Temos uma agenda mais ampla do que uma conjuntura. O Brasil preza sua relação com os EUA e não faz com a China algo que se contrapõe a essa relação”, explicou.
Ele também ressaltou que o Brasil busca diversificar sua pauta exportadora e atrair investimentos de diferentes regiões, como o Sudeste Asiático.
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