Mães conectadas: quando a tecnologia dá voz ao aconchego e silencia a saudade


No Dia das Mães, veja histórias exclusivas no g1 AL de mães e avós que viram nas redes sociais uma forma de se conectarem com seus filhos, mesmo quando há distância entre eles. Videochamadas facilitam vida de mães que estão longe dos filhos
“Ser mãe é ser presença, mesmo na ausência física”. Entre mensagens, videochamadas e interações do mundo cada vez mais conectado, o amor materno encontra novos caminhos para reinventar a distância e descobrir novas formas de estar perto — mesmo quando estão longe.
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Mães de todas as idades viram na tecnologia uma forma de continuarem ao lado dos seus filhos, seja compartilhando memes, jogando online ou em uma simples troca de mensagens, gestos recheados de carinho e presença.
Para muitas mães, acompanhar os filhos online, criar o hábito de assistir filmes e séries juntos é uma forma de estar perto e demonstrar um amor maternal que ultrapassa limites e quebra as barreiras geográficas.
“Ser mãe é amar de forma incondicional, apoiar, proteger, educar e confiar. É sentir orgulho, torcer, rezar todos os dias para que tudo dê certo. É ser colo, mesmo que agora, às vezes, esse colo precise ser uma palavra, uma ligação, uma mensagem”, conta Thaís Santana, empreendedora na área da saúde.
Mãe e filha se falam diariamente por videochamada
Madu Cardoso/Arquivo pessoal
💌 🤳O poder da tecnologia de aproximar as famílias
Thaís é sergipana e mãe da Maria Vitória, que veio para a capital alagoana em 2024 para cursar jornalismo na Universidade Federal de Alagoas. É nesse cenário que as redes sociais se fazem boas aliadas para lidar com a saudade e encurtar a distância que, para elas, parece eterna.
“O começo foi muito, muito difícil. [Ser mãe estando longe] é sentir um vazio de saudade, mas também um orgulho gigante de vê-la se tornando uma mulher forte e independente. É difícil, é desafiador, mas é também muito bonito. Essa experiência nos fez crescer como família. Aprendemos que a presença verdadeira vai além da presença física, que é possível ser apoio, ser amor, ser força, mesmo a quilômetros de distância”, diz.
Ela conta que as duas estão sempre se falando por meio de mensagens, chamadas de vídeos e redes sociais que permitam que mãe e filha se vejam e escutem. Para ela, a tecnologia dá forças, preenche o vazio da distância, mata a saudade e leva o aconchego familiar aonde quer que estejam; é importante que a filha saiba que mesmo distante fisicamente, a mãe está sempre por perto.
“Cada ligação rende uma história. Às vezes a gente ri porque ela tenta fazer as coisas sozinha e manda mensagem perguntando ‘mãe, como é que faz isso?’, coisas simples do dia a dia que antes ela nem precisava pensar porque a gente estava sempre do lado para ajudar. É um processo de aprendizado para todos nós, mas com muito amor envolvido”, conta
Já para Cléa, a distância é ainda maior. Morando em Maceió, a psicóloga convive com saudades da sua filha, que mora nos Estados Unidos há um ano. Ela diz que as duas criaram o hábito de fazer videochamadas aos fins de semana, mas sempre tentam manter a mesma conexão e não dar abertura para o distanciamento.
Veja fotos
“Nossas chamadas de vídeo em família já estão se tornando o ‘momento marcante’ porque é sempre muito forte estarmos juntos. A sensação é sempre como se estivéssemos em nossa mesa, tomando um cafezinho e comendo bolo. São cerca de duas horas de chamada onde rimos muito, choramos, consolamos uns aos outros. Sempre fomos muito unidos, mas, diante dessa distância, parece que a união vem se consolidando ainda mais, sentimos mais necessidade de estarmos juntos, e aí a vídeo chamada é o nosso ponto de apoio’”, fala.
Sem dúvidas, ela acredita que a tecnologia é fundamental nesse momento.
“Não acredito que iríamos conseguir sustentar essa distância física se não fosse a tecnologia. Sinceramente, eu nem a teria deixado ir'”, brincou.
👵📱O poder geracional da tecnologia
Há quem diga que as redes sociais são coisas que fazem parte da vida jovem, mas Dolores Maria é apenas uma das idosas que provam o contrário. Natural de Pernambuco, ela mora em Alagoas há mais de sessenta anos e viu a criação e evolução das tecnologias digitais. Mãe de quatro filhos, apenas dois deles e dois dos seus doze netos moram na mesma cidade que ela, o que torna o uso da tecnologia algo comum na sua rotina, é por ela que a idosa consegue acompanhar a vida das pessoas que ama e trocar mensagens.
Para dona Dolores, como é carinhosamente chamada por seus filhos e netos, a tecnologia a ajuda a se manter conectada com o mundo fora de casa. Aos 89 anos, ela descobriu nas redes sociais uma chance de participar da vida de seus filhos e netos.
“Eu falava por carta né, só escrevia o que queria dizer e mandava, mas parece que mensagem é mais fácil, porque a gente liga aqui [no celular] e só é falar. Eu gosto porque ligo e digo ‘sua avó ligou pra saber se você tá bem, você e seu esposo, que nossa senhora te proteja’, são essas coisas que eu falo. É bom falar com eles assim, a gente se sente feliz por dentro porque se aproximou de um neto ou de um filho”, conta a idosa.
Não só isso, é pela tela do celular que dona Dolores faz compras, vê novidades das novelas que assiste, ouve suas músicas favoritas e lê notícias.
“Eu gosto muito de ver as pessoas, meus conhecidos, nas redes sociais, mas também gosto muito de fazer compras por aqui [pelo celular]. Fico vendo o preço das coisas sem precisar sair, é bom demais”, brincou.
Foram as filhas e os netos de dona Dolores que a incentivaram a aprender a usar o celular. Ela conta que ainda tem dificuldade em usar alguns aplicativos, mas saber usar apps de mensagens e ligação é bom para a aproximar das pessoas que ama.
“Ser mãe e avó é uma coisa maravilhosa. Amar o filho, os netos, estar próximo, dar um conselho quando estão errados. Digo que avó é como a mãe de um neto. É maravilhoso”, finaliza Dolores.
Aos 89 anos, idosa mostra como usa a tecnologia a seu favor
Madu Cardoso/Arquivo pessoal
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